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Política e Judiciário Segunda-feira, 12 de Maio de 2025, 14:23 - A | A

12 de Maio de 2025, 14h:23 A- A+

Política e Judiciário / ABUSOS REITERADOS

Max Russi anuncia exoneração de procurador preso por manter menor em cárcere privado: "AL não vai aceitar isso"

Em 2017, o procurador foi detido por ameaçar uma garota de programa, mas permaneceu no cargo

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), anunciou nesta segunda-feira (12) que o procurador legislativo Benedito César Correia de Carvalho, 54 anos, será exonerado do cargo.

Ele foi preso em flagrante na madrugada de sábado (10), suspeito de manter em cárcere privado e ameaçar de morte uma adolescente de 16 anos contratada para um programa sexual em um condomínio de Cuiabá.

“Vai ser [exonerado], com certeza! Infelizmente, a gente sente pela família. Ele tem os pais idosos, a gente fica triste por isso, que o pai não tem culpa, infelizmente. Mas o que ele vem fazendo reiteradamente, e o abuso contra as mulheres, a gente não pode aceitar. A Assembleia não vai aceitar isso”, declarou Max Russi.

O crime

De acordo com o depoimento da vítima, a adolescente habitualmente faz programas esporádicos e foi contatada pelo procurador Benedito César via WhatsApp. Após aceitar o convite para “fumar e fazer programa”, ele pagou sua corrida de aplicativo até o condomínio onde mora, no bairro Araés.

“Ele me recebeu bem de boa. Assim que entrei, perguntou se eu estava com fome e me deu um sanduíche que a mãe dele tinha feito”, relatou a jovem.

Ainda segundo a vítima, o procurador foi ao banheiro e consumiu cocaína, convidando-a a “cheirar”. “Eu disse que não cheiro pó”, afirmou. A tensão aumentou quando foram para o quarto: ele teria “começado a gritar como se estivesse vendo alguém. Correu até o armário, pegou uma arma e começou a gritar que ia me matar. Eu perguntei o que estava acontecendo e ele veio para cima de mim.”

A menor conseguiu fugir para o banheiro e se trancou, enquanto o procurador permanecia do lado de fora, “xingando e mandando eu sair”. A jovem gritava por socorro até que o síndico, temendo um disparo, acionou a Polícia Militar. Ela permaneceu acuada até a chegada dos policiais, lembrando que o agressor “falava que, se eu abrisse a porta, ele ia me matar. Foi a primeira vez que eu encontrei com ele.”

Segundo a Polícia Militar, após a denúncia, os policiais militares foram até o local, arrombarem a porta e encontrarem a jovem trancada no banheiro

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Outros crimes contra a mulher

Em 2017, o procurador foi detido por ameaçar uma garota de programa, mas permaneceu no cargo após a Assembleia Legislativa indeferir sua demissão. Em 2023, voltou a ser preso, acusado de manter uma jovem de 19 anos em cárcere privado no mesmo município. Segundo o auto de prisão, Benedito César vai responder por sequestro e cárcere privado, ameaça, exploração sexual de menor e uso de drogas. Esta é a terceira vez que o servidor público é preso por crimes contra mulheres.

De acordo com Max, o procurador já respondia a outro procedimento disciplinar, o que já colocava em risco sua continuidade no serviço público. Ainda assim, afirmou que todos os trâmites legais serão observados, garantindo ao acusado o direito de defesa e o contraditório.

“Vamos fazer o que tiver que ser feito. Como ele já estava respondendo e o caminho desse processo que ele estava respondendo, já era um caminho que ele teria muita dificuldade de permanecer no serviço público, com essa reincidência fica lógico que o único caminho é exoneração. Mas nós vamos fazer tudo dentro da lei, com os prazos, com o contraditório”, afirmou.

 

Em nota, a Assembleia repudiou o novo ato de violência e informou que Benedito César já estava afastado por meio de processo administrativo disciplinar, em fase final de conclusão. O órgão ressaltou que tomará todas as medidas cabíveis para a efetiva responsabilização do servidor.

Os fatos, embora pertencentes à esfera privada do servidor, são gravíssimos e devem ser penalizados com o devido rigor. Esclarecemos que o órgão já havia adotado providências, por meio de seu afastamento funcional, em processo administrativo disciplinar, o qual se encontra em fase final de conclusão. Por fim, a ALMT providenciará assistência à vítima no que for necessário.

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