PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) revelou novos detalhes sobre o assassinato do advogado Renato Nery, executado com pelo menos sete tiros na cabeça em Cuiabá, em julho de 2024. A investigação aponta que o crime foi cuidadosamente planejado e incluiu o treinamento do executor, o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, em uma chácara da região.
A arma utilizada — uma pistola Glock G17, calibre 9mm — teria sido retirada diretamente das dependências do Batalhão da Rotam, unidade de elite da Polícia Militar.
Segundo a denúncia, Alex e o cabo da PM Heron Teixeira Pena Vieira foram acusados de homicídio mediante promessa de recompensa, abuso de autoridade, fraude processual e participação em organização criminosa. A motivação estaria ligada a uma disputa judicial envolvendo mais de 12 mil hectares de terras no município de Novo São Joaquim (MT).
Dias antes do crime, Renato Nery havia obtido na Justiça uma liminar que suspendia pagamentos de R$ 2,3 milhões em contratos de arrendamento, o que, segundo os promotores, acelerou a execução.
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O Ministério Público destacou ainda que Alex, mesmo sem vínculo com a corporação, circulava livremente pela sede da Rotam, onde teve acesso à arma usada no crime. Imagens e vídeos encontrados em seu celular reforçam a suspeita de conivência dentro da unidade policial.
A investigação também revelou uma tentativa de desviar o foco das apurações: a mesma arma foi posteriormente "plantada" por policiais em um falso confronto com criminosos, uma semana após o homicídio.
A apuração do MPMT aponta ainda o possível envolvimento de empresários de Primavera do Leste, supostos mandantes do crime. O advogado havia denunciado essas figuras por possível ligação com o "Escritório do Crime", organização acusada de promover execuções sob encomenda.