PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Nesta terça-feira (3), os réus Adinaor Farias da Costa, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Cuiabá (Sintramm) e Joemir Ermenegidio Siqueira foram condenados a 29 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato do advogado Antônio Padilha de Carvalho, ocorrido em dezembro de 2019, em Cuiabá. A sentença foi proferida pelo juiz Lawrence Pereira Midon, durante julgamento no Tribunal do Júri.
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), a vítima foi morta a tiros enquanto aguardava o sinal abrir, em via pública. Dois homens em uma motocicleta abordaram o veículo e realizaram os disparos. A acusação apontou que o homicídio foi encomendado por Adinaor e Joemir, com apoio de Rafael de Almeida Saraiva, para encobrir outro crime. Os executores agiram mediante pagamento.
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O Conselho de Sentença reconheceu as qualificadoras de motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e o intuito de assegurar a impunidade de outro delito. Também foi levado em conta o fato de a vítima ser idosa, o que agravou a pena dos réus.
Durante o julgamento, os promotores de Justiça Fabison Miranda Cardoso e Eduardo Antonio Ferreira Zaque solicitaram a absolvição de Alisson Tiago de Assis Silva e Isaimara Oliveira Arcanjo Assis, ambos inicialmente acusados de falso testemunho, após se retratarem em plenário. Rafael de Almeida Saraiva também foi absolvido, por ausência de provas que confirmassem sua participação no crime.
Além da pena em regime fechado, a condenação prevê a suspensão dos direitos políticos dos réus e o registro no Sistema Nacional de Identificação Criminal (SINIC). Não há possibilidade de substituição por penas alternativas.
O crime
O assassinato ocorreu em 4 de dezembro de 2019, no bairro Jardim Leblon, em Cuiabá. O advogado Antônio Padilha estava em um carro com a esposa, parado no semáforo do cruzamento entre a Rua Benedito de Camargo e a Avenida Dante Martins de Oliveira, quando foi abordado por uma motocicleta com dois ocupantes. Um dos suspeitos efetuou cinco disparos, atingindo Carvalho na cabeça, pescoço e tórax. A esposa foi ferida por estilhaços.
A execução do advogado foi motivada por uma denúncia feita por ele próprio contra membros da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Cuiabá (Sintramm), da qual era advogado. Segundo a investigação, Carvalho apontou um esquema de desvio de verbas dentro da entidade sindical.
