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Política e Judiciário Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 08:30 - A | A

30 de Julho de 2025, 08h:30 A- A+

Política e Judiciário / "O CÂNCER NÃO ESPERA"

Transferência da oncologia da Santa Casa para Hospital Central preocupa pacientes e entidades em Cuiabá

Deputado Emanuel Pinheiro Neto e presidente da Associação de Apoio aos Pacientes Oncológicos alertam para riscos do encerramento de serviços na Santa Casa, incluindo falta de pronto-atendimento infantil

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Nesta terça-feira (29), o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto conversou com a presidente da Associação de Apoio aos Pacientes Oncológicos de Cuiabá (AAPOC), Janaina Santana, para discutir sobre a transferência do serviço de oncologia da Santa Casa para o novo Hospital Central.

Durante o a conversa, foram levantadas preocupações sobre os impactos da mudança para os pacientes atualmente em tratamento. Com o possível fechamento da Santa Casa, centenas de pessoas em luta contra o câncer correm o risco de ficarem desamparadas.

Segundo Janaina, o Hospital Central não terá pronto-atendimento infantil, ao contrário da Santa Casa, o que representa uma perda importante no suporte oferecido.

“O câncer não espera. Independente de políticas, políticos ou partidos, o paciente oncológico não tem tempo”, afirmou. Ela destacou ainda que mudanças no local de atendimento exigem tempo de adaptação e colocam vidas em risco.

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A presidente enfatizou que muitos pacientes já possuem um histórico médico na Santa Casa, o que torna a transição ainda mais delicada. “Você não pega a sua pastinha e vai para outro serviço. Eu sou paciente oncológica, faço tratamento há 10 anos, e posso dizer que o abalo psicológico com esse tipo de situação é muito grande. As mães estão desesperadas, perguntando: e agora, vamos para onde?”, relatou. “Serviços de saúde não se fecham, se melhoram.”

Atualmente, a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá atende cerca de 500 pacientes adultos em acompanhamento oncológico clínico, por meio de autorizações de procedimentos ambulatoriais (APAC). Além disso, aproximadamente 100 crianças realizam tratamento quimioterápico na unidade. No setor de radioterapia, outros 74 pacientes estão em tratamento ativo.

O deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, defensor da causa, ressaltou a importância de manter os dois hospitais em funcionamento. “Não faz sentido abrir o Hospital Central e, ao mesmo tempo, fechar a Santa Casa. É fundamental que ambos permaneçam operando”, afirmou.

Com inauguração prevista para setembro, o novo Hospital Central está prestes a abrir as portas. Já a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, hospital filantrópico pertencente a uma associação homônima, vive um momento delicado. Desde maio de 2019, após uma grave crise financeira, a unidade passou a ser administrada pelo Governo do Estado por meio de requisição administrativa dos bens e serviços, sendo rebatizada como Hospital Estadual Santa Casa.

Atualmente, a Justiça do Trabalho avalia o prédio da Santa Casa em R$ 78 milhões. Um acordo em trâmite no Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (TRT-23) prevê a venda ou leilão do imóvel para quitar dívidas trabalhistas com 860 ex-funcionários, que totalizam mais de R$ 50 milhões. Desse montante, R$ 43,7 milhões ainda estão pendentes de pagamento.

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