ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Conforme noticiado por fontes do FTNBRASIL, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), confirmou nesta terça-feira (25), a exoneração do diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago José dos Santos, responsável por operacionar o leilão realizado pela companhia para a importação de arroz, que acabou anulado por suspeita de irregularidades.
"Isso já está resolvido. O governo ja resolveu isso. O próprio Conselho [de Adminstração da Conab] j hoje vai encaminhar", disse Teixeira ao chegar no Palácio do Planalto. O ministro Paulo Teixeira participa da reunião com o presidente da República, Luiz Inácio da Silva (PT) e com os minstros Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura), para discutir o lançamento do Plano Safra para 2024/2025, que deve ser anunciado nesta quarta-feira (26).
Segundo Teixeira, a demissão de Thiago dos Santos deve receber a chancela do Conselho de Administração da Conab nesta terça e seguirá para publicação no Diário Oficial da União.
A incompetência do Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSDB) fez desmoronar a ascensão de um governo por um edital relativamente duvidoso.
A demissão de Santos acontece após as revelações de que, além de ser o ex-assessor Neri Geller, secretário de Política Agrícola que foi demitido em 12 de junho, também é sócio do filho dele em uma empresa. Neri Geller foi desligado do ministério um dia após a anulação do certame para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz.
O leilão teve quatro empresas vencedoras, sendo que três delas não tinham experiência neste tipo de negociação. A empresa que ficou responsável por entregar metade da importação foi Wisley A. de Sousa LTDA, conhecida como supermercado “Queijo Minas” em Macapá, no Amapá.
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O Governo Federal sustenta a necessidade de realizar um leilão para importação de arroz por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, estado que produz 70% do arroz no Brasil e que já havia colhido 80% da safra antes dos desastres naturais.
“Vou mandar o pedido [de demissão] para o conselho de administração da Conab na segunda-feira (24)”, disse o ministro. Ainda segundo Teixeira, a decisão foi acordada com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Thiago é conhecido como o “diretor do arroz” e foi assessor do ex-Deputado Federal Neri Geller, também demitido na semana passada da Secretaria de Política Agricultura do Ministério da Agricultura após a polêmica envolvendo irregularidades no leilão do arroz, que acabou sendo anulado pelo governo federal.
Em meio às suspeitas de fraude, Neri Geller disse que colocou o cargo à disposição. Contudo, a demissão ocorreu após a revelação de que o ex-assessor e sócio de Geller, Robson França, atuou como corretor no leilão posteriormente anulado.
Fontes do setor agro informaram que, pelas regras do mercado, a comissão no negócio pode ultrapassar o valor de R$ 5 milhões.
França trabalhou no gabinete de Geller junto com Thiago dos Santos.
Thiago Santos se limitou a dizer a imprensa que não foi informado sobre decisão do ministro até o momento. O diretor também afirmou que já foram realizados mais de 400 leilões sob as mesmas regras, e que o leilão do arroz foi o 47º deste ano.
O currículo de Thiago dos Santos registra, antes de chegar à Conab, uma passagem pela Câmara dos Deputados como coordenador político e como coordenador orçamentário. Na Casa, também trabalhou como assessor em frentes parlamentares e comissões permanentes, a exemplo da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Leilão
O Governo Federal anunciou inicialmente a compra de mais de 100 mil toneladas de arroz importado, respondendo à alta nos preços causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
O leilão acabou anulado na semana passada após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras. O governo federal inclusive, já anunciou que pretende fazer um novo leilão.
Safra Colhida
A necessidade de importação de qualquer produto agrícola, a perda de produção do Rio Grande do Sul não afeta o consumo interno. Tendo em vista, os produtores gaúchos já colheram toda a safra e não há necessidade alguma de importar.
Não se pode aceitar a medida de importação de arroz, quando somente o Rio Grande do Sul tem mais de 10,5 milhões de toneladas de grãos produzidos, o que garante uma previsão de abastecimento de 12 meses.
Se o governo busca uma baixa no preço do arroz, ainda que tal ação possa ser artificial, o certo seria comprar o estoque brasileiro e subsidiar o preço dele.
Está evidente a intenção do atual governo federal em usar a tragédia vivida pelos moradores do Rio Grande do Sul para ganhos 'politiqueiros'.
Mirela Ribeiro Meira 26/06/2024
Vocês são parciais existir em fatos e dados. Se o agro tivesse aceitado as negociações a um preço razoável, não estaríamos nessa. Foram consultados e quiseram superfaturar. Vamos ser justos.
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