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Polícia Quarta-feira, 02 de Julho de 2025, 17:16 - A | A

02 de Julho de 2025, 17h:16 A- A+

Polícia / LISTA SANGRENTA

Obcecados por violência e jogos, adolescentes planejavam matar também a avó e pais da garota em MT

Delegado aponta influência de conteúdos violentos nas redes sociais e revela detalhes chocantes do planejamento do crime cometido por casal de adolescentes

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de terça-feira (1), o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª Delegacia de Polícia de Itaperuna (RJ), destacou sinais preocupantes encontrados nos perfis de redes sociais do adolescente de 14 anos que assassinou os pais e o irmão caçula, de três anos, em Itaperuna (RJ).

A namorada dele, de 15 anos e moradora de Água Boa (MT), também apresentava comportamento semelhante. Segundo o delegado, o conteúdo analisado no Instagram do casal indicava envolvimento com temas violentos, como filmes sobre assassinatos e mortes.

“A análise do conteúdo do Instagram mostra exposição a temas violentos, incluindo referências a filmes sobre assassinatos e mortes”, afirmou Guimarães.

As Polícias Civis do Rio de Janeiro e de Mato Grosso divulgaram novos detalhes sobre o crime que chocou o país. De acordo com as investigações, o casal mantinha um relacionamento virtual desde os oito anos de idade, iniciado por meio de jogos online. O assassinato da família teria sido motivado pelo desejo de eliminar qualquer obstáculo ao relacionamento entre os dois.

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O delegado Matheus Soares Augusto, titular da Delegacia de Água Boa, que apoiou as investigações no Rio, afirmou que a morte do irmão caçula não fazia parte do plano inicial. Ainda assim, a adolescente incentivou o namorado a continuar após a primeira execução.

“Ela teve um papel ativo e determinante no crime. Não apenas ajudou no planejamento, como também instigou e pressionou o garoto de forma constante, usando chantagens emocionais e exigindo que ele provasse ser ‘homem’ para vê-la pessoalmente”, explicou o delegado.

Segundo os investigadores, mesmo após os assassinatos, o casal manteve conversas de cunho amoroso e fez brincadeiras. O notebook apreendido com a adolescente revelou mensagens frias e insensíveis trocadas entre os dois. Em uma delas, a garota escreveu: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim”.

A Polícia Civil também revelou que os adolescentes enxergavam as vítimas como personagens de um jogo virtual extremamente violento - proibido na Austrália - cujo enredo gira em torno de irmãos que cometem crimes juntos. Embora não jogassem o game, assistiam frequentemente a vídeos sobre ele no YouTube.

A perícia constatou que, após os assassinatos, o garoto enviou à namorada uma foto dos corpos da família. Em resposta, ela disse sentir “nojo” da imagem e reclamou por ele estar online sem responder às mensagens durante os homicídios. Em outro momento, o jovem gravou um áudio dizendo “matei meu pai”, ao que ela respondeu: “atira nela agora”, referindo-se à mãe.

Os adolescentes também chegaram a discutir maneiras de disfarçar o crime. Cogitaram, por exemplo, colocar a arma na mão do irmão pequeno para simular um acidente, ou até alimentar porcos com os corpos das vítimas. A avó do garoto e os pais da jovem também estavam entre os possíveis alvos, mas o plano foi abandonado para evitar levantar suspeitas.

Em depoimento à polícia, o adolescente declarou não sentir arrependimento e disse que “faria tudo de novo”.

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