PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na última terça-feira (28) a Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT) aprovou a mudança no traçado do projeto da ferrovia no MT, e após a aprovação do governo, a expectativa é dar continuidade na obra. A revisão do plano foi motivada após a anulação da certidão de uso e ocupação de solo pelo Prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, impedindo a empresa Rumo Logística em dar continuidade da construção dos trilhos que ligam o maior terminal intermodal da América Latina à Cuiabá.
A continuidade do projeto, estimado em R$ 12 bilhões, destaca a importância estratégica da ferrovia para o desenvolvimento econômico da região e, particularmente, para o setor do agronegócio. Os trilhos da ferrovia, de mais de 700 km de extensão, vão passar por 16 municípios de Mato Grosso e conectar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde.
Reprodução

Preocupação da população
A preocupação dos moradores de Rondonópolis em relação à proximidade dos trilhos da nova ferrovia com as áreas urbanas é compreensível e destaca a importância de considerar os impactos locais durante a execução de projetos de grande escala. De acordo com o professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Agnaldo Rocha, os moradores temem que os trilhos do novo traçado passem perto das casas e que percam as propriedades.
“Nós iniciamos um abaixo assinado, foi protocolado com aproximadamente 2 mil assinaturas, pedindo que seja levado em consideração essa proximidade dos trilhos à área urbana”, explicou Agnaldo.
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Correção do traçado
Conformo o projeto de correção do traçado enviado à Sema-MT, haverá uma adequação da ponte sob o Rio Vermelho, em Rondonópolis, que faz parte do primeiro trecho da obra. As obras começaram em outubro de 2022 e está na primeira etapa.
A adequação da ponte sob o Rio Vermelho em Rondonópolis, que faz parte do primeiro trecho da obra, porem pode ter implicações significativas no ecossistema local, incluindo a fauna, a flora e os recursos hídricos. A avaliação de impacto ambiental é uma ferramenta crucial para identificar, prever e mitigar os possíveis efeitos negativos de projetos dessa natureza.
De acordo com o doutor em engenharia ambiental da UFR, Domingos Barbosa, afirma que essa alteração no projeto da rodovia deveria ser melhor discutida.
“É preciso observar uma série de aspectos ambientais. Tanto a proteção da fauna, flora e recursos hídricos e impacto de vizinhança são os principais parâmetros que são utilizados na avaliação de impacto ambiental e gerenciamento de riscos ambientais de uma obra dessa magnitude”, diz.
É importante que as autoridades e os responsáveis pelo projeto estejam abertos ao diálogo com especialistas, para garantir que todas as questões ambientais sejam devidamente consideradas e endereçadas. A participação de especialistas e a realização de estudos ambientais detalhados são essenciais para garantir que a infraestrutura seja desenvolvida de maneira sustentável, minimizando os impactos adversos ao meio ambiente.
Rumo Logística
A prefeitura de Rondonópolis declarou rever o cancelamento se a empresa Rumo apresentar os laudos de impacto ambientais que foram solicitados. Sobre isso, a empresa disse, por meio de nota, que segue rigorosamente a legislação ambiental e que por isso teve a licença de instalação aprovada.
Disse ainda que a competência para legislar e fiscalizar a obra é exclusiva do estado e não da prefeitura de Rondonópolis e que a empresa vai prosseguir legalmente com a execução da primeira fase da construção da ferrovia
Já sobre as obras em Rondonópolis, a Rumo afirmou que o traçado não atravessa a área urbana e que não interessa à empresa que haja um conflito entre o meio urbano e a ferrovia.
Os profissionais da empresa que estão trabalhando em bairros estão fazendo análise para instalação de futuras barreiras para evitar o acesso de pedestres aos trilhos.