PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Depois de ter passado em Ladário, no Mato Grosso do Sul, no mês de fevereiro. Agora é a vez dos moradores ribeirinhos de Mato Grosso receberem o projeto itinerante Navegação Ampliada para a Vigilância Intensiva e Otimizada (Navio), organizado através da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), realizado por meio de uma parceria entre a Fiocruz e a Marinha do Brasil. O projeto tem levado atendimentos diversos em saúde a comunidades ribeirinhas à margem do Rio Paraguai. A ação foi iniciada em Ladário (MS) e chegou em Santo Antônio das Lendas, no Mato Grosso, no dia 28 de fevereiro. O Estado oferta serviços ligados ao Laboratório Central do Estado de Mato Grosso (Lacen), à Vigilância em Saúde e à Saúde Digital.
A SES-MT prevê o atendimento de mais de 2,2 mil pessoas nas comunidades de Santo Antônio das Lendas, Barranco Vermelho, Porto Carne Seca e Cáceres.
A diretora do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), Elaine Oliveira, destacou a importância do projeto Navio, que visa oferecer atendimento especial às comunidades ribeirinhas, que muitas vezes enfrentam dificuldades para acessar assistência integral em saúde.
“Esse projeto é de muita importância porque traz um atendimento especial às comunidades ribeirinhas, que nem sempre podem contar com uma assistência integral em saúde. Então, o projeto Navio amplia esse olhar de cuidado e, por meio da participação da SES, foi possível disponibilizar os serviços ofertados pelo Lacen, pela Vigilância em Saúde e Saúde Digital. O objetivo é monitorar os indicadores e melhorar a qualidade de vida a dessas populações”, avaliou a diretora do Lacen.
Luiz Alcantara, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais e coordenador do projeto, explicou que uma miniversão do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) foi montada para operar no projeto Navio. Esta miniversão conta com insumos e equipes das Secretarias de Saúde de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, permitindo testar amostras coletadas para uma variedade de doenças.
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Entre as doenças testadas estão dengue, chikungunya, zika, Covid-19, influenza, HIV, HTLV, sífilis, leptospirose, hanseníase, febre maculosa, leishmaniose, doença de Chagas, hepatites, doenças fúngicas e diversas parasitoses intestinais. Essa estrutura abrangente possibilita uma abordagem abrangente de saúde pública, permitindo o diagnóstico precoce e o tratamento adequado das doenças nessas comunidades ribeirinhas.
“O projeto Navio amplia um trabalho já desenvolvido pela Marinha há algum tempo, que consiste em levar atendimento médico e odontológico para essas comunidades. Com o projeto, além desses serviços, vamos investigar o que está circulando nessa região, onde populações isoladas, por vezes negligenciadas, vivem em contato com diferentes animais”, disse Alcantara.
Projeto Navio
O projeto Navio é resultado de uma colaboração entre várias instituições, incluindo a Marinha do Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais e as Secretarias Estaduais de Saúde de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Além disso, a ação conta com a cooperação da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc-MT), da Secretaria Municipal de Saúde de Cáceres e do Consórcio Intermunicipal de Saúde da região de Cáceres.
Essa parceria multidisciplinar e multiinstitucional demonstra o compromisso conjunto das entidades envolvidas em fornecer assistência de saúde abrangente e de qualidade às comunidades ribeirinhas, abordando diversas necessidades de saúde e promovendo o bem-estar nessas áreas remotas.
O projeto também conta com a participação da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Unidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Fiocruz de Mato Grosso do Sul, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Instituto Erasmus de Roterdan (Holanda), Universidade de Sidney (Austrália) e suporte da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) de Washington (EUA), da LOCCUS do Brasil, Biomanguinhos/Fiocruz, Bioclin e IBMP, além das prefeituras de Cáceres (MT), Corumbá (MS) e Ladário (MS).
A previsão é de que o projeto Navio percorra diversas regiões do Brasil durante cinco anos, com a missão de realizar o estudo e monitoramento da saúde de populações ribeirinhas do Pantanal e das mudanças climáticas.