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ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparar a atuação do Exército de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto ocorrido na Segunda Guerra Mundial, cinco deputados federais de Mato Grosso assinaram o requerimento que pede o impeachment contra o chefe do Executivo.
Mais de 100 deputados federais assinaram, até o momento, o pedido entre eles parlamentares de partidos que compõem a base aliada do governo.
A previsão, de acordo com os parlamentares, é protocolar o pedido de impeachment nesta terça-feira (20). E a lista pode ficar ainda maior, já que a suplente Gisela Simona (União Brasil) disse que irá se reunir com o partido antes de decidir pela adesão.
O documento se refere à uma coletiva do presidente durante viagem à Etiópia no último domingo (18) que afirmou que os ataques promovidos por Israel na Faixa de Gaza contra o Hamas são um genocídio semelhante ao Holocausto do povo judeu na Segunda Guerra Mundial. Por causa da declaração, Lula foi considerado "persona non grata" em Israel e só poderá pisar no território caso se retrate.
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A interpretação é endossada pelo deputados de Mato Grosso federais do PL por Mato Grosso, Abílio Júnior, Amália Barros, Coronel Fernanda e José Medeiros e Coronel Asiss (União Brasil).
No entanto, o que chama a atenção é a participação de parlamentares de partido da base do governo. É o caso do Coronel Assis, que, apesar de ser bolsonarista assumido, é filiado ao União Brasil, sigla que compõe o primeiro escalão do governo.
Os apoaidores do pedido disseram que Lula cometeu um crime de responsabiliade, ao dizer que Israel estaria promovendo genocídio com combates contra Hamas. Lula, segundo eles, teve um 'ato de hostilidade contra a nação estrangeira, expondo a República em perigo de guerra ou comprometendo a neutralidade".
Lula fez uma declaração no fim de semana durante visita a Israel. "Ele disse "Genocida" e "chacina" estão sendo promovidos na Faixa de Gaza. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento. Alias, existiu: Quando Hitler resolveu matar os judeus", disse.
Para o deputado mato-grossense, José Medeiros que é um dos líderes da oposição do governo do PT na Câmara Federal, as falas de Lula podem configurar crime de responsabilidade contra a existência política da União previsto no trecho do art. 5º, da lei 1.079/50.
“A lei diz que é crime de responsabilidade cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade. O posicionamento do chefe do Executivo é mais que um crime de responsabilidade, é lamentável o alinhamento com o discurso de um grupo terrorista. Isso nos apequena, nos deixa tristes e envergonhados. Principalmente pela afronta a uma nação amiga, que está se defendendo de ataques terríveis de terroristas que matam crianças e que defendem a extinção de Israel, de seu povo e de sua religião. Como pode o governo brasileiro compactuar com uma coisa dessas? Isso é gravíssimo! A fala do Lula revela a sua verdadeira face, é isso que o PT verdadeiramente pensa”, comentou Medeiros.
Pode ainda entrar nessa conta Gisele Simona, que é suplente do atual secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. Ao ser questionada pela reportagem sobre o tema, ela afirmou que assinou um requerimento para que seja feito repúdio da fala de Lula, tendo em vista o discurso ofensivo. No entanto, ela não descarta sua adesão, o que vai depender da reunião com as lideranças do União Brasil.
Por outro lado, não devem se unir ao grupo os deputados do MDB Juarez Costa e Emanuelzinho, não só pelo partido em si, mas pelo fato do filho de Emanuel Pinheiro (MDB) ser vice-líder do governo na Câmara dos Deputados.
Impeachment
O pedido é encabeçado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e já tem 113 assinaturas, a maior parte delas, do Partido Liberal. A expectativa é que o documento seja protocolado nesta terça-feira (20) e tem como base o artigo 5º da Lei 1.079/1950, que fala sobre "cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".