PAULA VALÉRIA
Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta quarta-feira (22), o deputado federal Coronel Assis (União-MT) condenou as falas proferidas pelo líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, durante um evento em Verona, na Itália, que aconteceu no último sábado (18), na qual disse: “malditas sejam todas as cercas, malditas todas as propriedades privadas”, em um encontro com a presença do Papa Francisco, que ao final abençoou a bandeira do MST.
“Infelizmente, essas são palavras de uma pessoa que se intitula líder, presidente de um certo movimento social que promove inúmeros crimes no campo do Brasil. E, pasmem, isso aconteceu logo após essa mesma pessoa estender a bandeira desse, entre aspas, 'movimento social' à Sua Santidade, o Papa, que a abençoou”, disse Coronel Assis.
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Papa Francisco abençoa bandeira do MST
Reprodução: Vatican Media

Durante uma cerimônia em Verona, Itália, no último sábado (18), o Papa Francisco concedeu sua bênção à bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Na ocasião, denominada “Arena da Paz”, o diretor nacional do MST, João Pedro Stedile, solicitou a bênção papal. “Quando ele benzeu a bandeira, me disse que estava rezando pela pronta recuperação de todas as famílias gaúchas”, expressou Stedile.
Stedile também teve a oportunidade de discursar para os presentes, transmitindo as esperanças e lutas dos Sem Terra do Brasil. Ele concluiu sua mensagem com os versos do bispo Dom Pedro Casaldáliga. “Malditas sejam todas as cercas; malditas todas as propriedades privadas que nos impedem de viver e amar”.
Coronel Assis questionou se Stédile estava tentando buscar “uma permissão divina para poder amaldiçoar a propriedade particular”. “Se isso não for um atentado ao Estado Democrático de Direito, não sei mais o que é, porque o direito de propriedade é garantido pela Constituição Federal, é uma cláusula pétrea; portanto, deve ser respeitada. Logo, como um brasileiro faz uma situação dessas? Só o faz porque tem a certeza da impunidade. Porque o MST não tem personalidade jurídica, não tem estatuto, não tem diretoria, não há nada como responsabilizá-lo”, asseverou o parlamentar.
Projeto de Lei
Ante o episódio, o deputado Coronel Assis ressaltou a importância da aprovação do Projeto de Lei nº 709/2023, na noite de terça-feira (21), que estabelece restrições e impedimentos para invasores e ocupantes ilegais de propriedades rurais e urbanas. “Esse projeto busca refrear as ações criminosas desse tal movimento social”, concluiu.