ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) se posicionou contrário sobre o vídeo institucional do Tribunal de Justiça “Daqui para Frente”, que tem o apoio, inclusive, da Assembleia Legislativa estadual, estimulando empresas a empregarem ex-presidiários.
No material audiovisual, aparecem indivíduos trabalhando quando olhares de julgamento de terceiros se voltam e os personagens aparecem com algemas nas mãos.
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Para o parlamentar, as instituições deveriam realizar campanhas institucionais em favor das famílias das vítimas, criando políticas alternativas para ajuda-las e não apoiar os criminosos.
Assassinato de Raquel Cattani
Vale lembrar que em julho o parlamentar perdeu a filha, a empresária Raquel Cattani, com 34 fachadas. O mandante do crime foi o ex-marido, Romero Xavier..
O deputado disse que viu o vídeo na televisão e teve que ir para o carro chorar. “Quero compartilhar com vocês, não como deputado mas como um amigo, como um pai. Eu estava almoçando em um restaurante assistindo a TV de Cuiabá e passou uma propaganda e eu senti como uma apunhalada no meu peito sabe. Saí fui para o carro, chorei, chorei muito. É um vídeo institucional do Tribunal de Justiça apoiado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso”, disse em vídeo postado em suas redes sociais,
A propaganda defende que as empresas deem uma segunda chance para reinserir no mercado de trabalho as pessoas que já cumpriram a pena pelo crime cometido.
Cattani relembra que a morte de sua filha foi premeditada e questiona se os envolvidos poderiam ao final da pena receber o ‘benefício’ e questiona será que foi um erro?
“Quando a pessoa cumpriu pena ela já pagou pelo seu erro: Deixa eu falar um negócio para vocês, eu assisti aquele vídeo daquele senhor de Sorriso que perdeu a esposa e suas três filhas,igualmente assassinada à facadas por um marginal. Este criminoso matou a família dele inteira assim como Raquel foi morta: a facadas. Será que esses caras cometeram um erro? Será que foi um erro que o Romero cometeu quando levou o irmão dele premeditadamente. Quando calculou todos os passos, criou álibi, será que isso é um erro? Será que se ele pagar pode consertar o que aconteceu conosco? Tem como rever minha filha de novo? Será ? É uma barbaridade dar um selo para um criminoso desse”, desabafou.
“Daqui pra Frente”
Conforme informções do TJMT, o Selo tem como objetivo estimular a sociedade e os meios produtivos a absorverem a mão de obra de reeducandos e egressos do sistema prisional no mercado de trabalho.
“A concessão do selo é uma forma de reconhecimento público e social das empresas e organizações que contribuem significativamente para a ressocialização, pela empregabilidade, dessas pessoas”.
Para obter o Selo, as entidades interessadas devem atender a uma série de critérios, incluindo a reserva de vagas para pessoas privadas de liberdade, regularidade fiscal e a promoção de iniciativas que contribuam para modificar a realidade socioeconômica das pessoas em privação de liberdade e egressos.
O Selo foi lançando em julho de 2023, durante solenidade na sede do TJMT, com a presença da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Maria Pires Weber, que esteve em Cuiabá para participar do evento ‘Mutirão Processual Penal’.