MIRELLE PINHEIRO
DO METRÓPOLES
Um homem suspeito de participar do ataque hacker sofrido pela C&M Software, empresa que presta serviços de conexão para instituições financeiras, foi detido na noite dessa quinta-feira (3/7) pela Polícia Civil de São Paulo. A investigação é conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Há, ainda, um outro inquérito sobre o caso na Polícia Federal.
João Nazareno Roque trabalha na C&M e confessou que deu acesso a hackers, pela máquina dele, ao sistema sigiloso da empresa. O ataque, que ocorreu na terça-feira (1º/7), abalou o sistema financeiro e expôs fragilidades na segurança de empresas responsáveis pela mensageria do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que inclui o Pix. O prejuízo estimado pode chegar a R$ 3 bilhões.
Há relatos de que os criminosos teriam desviado, inicialmente, ao menos R$ 400 milhões ao invadir os sistemas da empresa e acessar contas de instituições financeiras, entre elas a BMP, uma provedora de serviços bancários digitais.
A C&M confirmou ao Metrópoles que foi vítima direta do ataque e afirmou, em nota, que os sistemas críticos seguem funcionando normalmente. A empresa também disse estar colaborando com as autoridades, como o Banco Central e a Polícia Civil de São Paulo.
O Banco Central, por sua vez, determinou o desligamento das conexões da C&M com instituições afetadas, como medida preventiva. A BMP informou que o ataque atingiu apenas recursos de sua conta reserva no BC e que nenhum cliente foi prejudicado.