BETHÂNIA NUNES
DO METRÓPOLES
O cantor Marrone (foto em destaque), dupla com Bruno, foi internado nessa segunda-feira (17) em Goiânia (GO) para fazer uma cirurgia de emergência nos olhos. O procedimento foi indicado após o diagnóstico de estágio avançado de glaucoma em ambos os olhos.
O que é glaucoma?
O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. É uma doença do nervo óptico causada principalmente pela elevação da pressão intraocular (dentro dos olhos), que compromete a visão do paciente.
Pessoas com mais de 40 anos de idade, com diabetes, negras, alta miopia ou aquelas que já sofreram algum tipo de trauma ocular ou doenças intraoculares têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
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O histórico familiar também é um fator de risco importante. Aproximadamente 6% dos pacientes com glaucoma têm casos na família.
Sintomas do glaucoma
O glaucoma é uma doença que se desenvolve de forma lenta, no decorrer de meses ou anos, sem demonstrar sintomas. A região periférica da visão é a primeira a ser afetada. A perda da visão central só acorre quando a condição já está em estado avançado.
Por isso, muitos pacientes só descobrem a doença durante uma consulta oftalmológica de rotina. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que mais de 600 mil pessoas não sabem que têm a doença.
“Muitos dos pacientes não têm sintomas e quando vão a uma consulta oftalmológica de rotina, pode ser detectado o glaucoma em um quadro inicial, moderado e até mesmo avançado”, explica a oftalmologista especialista em glaucoma Nubia Vanessa, do CBV-Hospital de Olhos.
Tratamento
Embora seja uma doença crônica, que não tenha cura, o glaucoma pode ser controlado com tratamentos que variam de acordo com o estágio em que a doença é identificada.
Nos casos iniciais, o paciente pode ter a indicação para usar colírios, medicamentos via oral ou fazer laser para controlar a pressão ocular.
A cirurgia pode ser indicada quando esses tratamentos não dão a resposta esperada ou o diagnóstico é feito tardiamente, para controlar a pressão ocular para que não haja o sofrimento do nervo óptico, um quadro irreversível que pode levar à cegueira.
“Alguns pacientes chegam ao consultório em um estado tão avançado que o tratamento inicial é mesmo cirúrgico, dependendo do nível de pressão ocular que esse paciente se encontra e também do nível de sofrimento do nervo óptico”, explica Nubia.
“É importante uma consulta e uma avaliação oftalmológica para saber qual o melhor tratamento para aquele paciente naquele momento. Quanto antes nós detectarmos as doenças oftalmológicas silenciosas, entre elas o glaucoma, melhor para o paciente para ter uma qualidade visual sem prejuízo”, alerta a oftalmologista.
Como é a cirurgia?
Atualmente, existem vários tipos de cirurgias: convencionais, a laser ou com uso de dispositivos de drenagem. De acordo com o oftalmologista Tarciso Schirmbeck, especialista em glaucoma, do Visão Hospital de Olhos, o tipo de cirugia é definido de acordo com o tipo e gravidade do quadro.
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“A cirurgia proporciona o controle da pressão intraocular e, assim, a estabilização do glaucoma. Porém, o acompanhamento oftalmológico regular continua sendo fundamental”, afirma o médico.
Segundo Schirmbeck, após a cirurgia o paciente diminui o uso de colírios e pode ter uma vida mais próxima do normal, com menos efeitos colaterais dos colírios.