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Política e Eleições Segunda-feira, 11 de Novembro de 2024, 07:40 - A | A

11 de Novembro de 2024, 07h:40 A- A+

Política e Eleições / NA CÂMARA DE CUIABÁ

Vereador Jeferson homenageia membro do Comando Vermelho condenado por tráfico de drogas e pede filtro em honrarias

“A Câmara precisa instruir melhor nesse sentido ou a gente, nesse novo mandato, colocar aqui talvez um mecanismo, uma ferramenta que possa filtrar isso, até para nos dar essa segurança”, disse.

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O vereador por Cuiabá, Jeferson Siqueira (PSD), tem sido alvo de polêmica nos últimos dias por ter proposto uma moção de aplausos a um suposto líder do Comando Vermelho na capital. Em conversa com a imprensa, na última quinta-feira (08), o parlamentar demandou da Câmara um sistema capaz de filtrar quando um homenageado possui acusações dessa natureza.

“A Câmara precisa instruir melhor nesse sentido ou a gente, nesse novo mandato, colocar aqui talvez um mecanismo, uma ferramenta que possa filtrar isso, até para nos dar essa segurança”, disse.

A Câmara Municipal de Cuiabá aprovou em 27 de fevereiro deste ano, uma moção de aplausos a Gilmar Machado da Costa. A moção foi proposta pelo vereador Pastor Jefferson Siqueira (PSD) e tem como justificativa o fato de o homenageado ser um líder comunitário de um bairro de Cuiabá.

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Gilmar Machado da Costa chegou a ser condenado pela 9ª Vara Criminal de Cuiabá, a cumprir nove anos de reclusão mais 900 dias de multa pelo crime de tráfico de drogas. A moção em sua homenagem foi proposta em fevereiro deste ano, com a justificativa de que “Gilmarzinho”, como é conhecido, atua como líder comunitário no bairro Nova Conquista.

Jeferson alegou que é comum os vereadores participarem de ações comunitárias e terem contato com lideranças sociais, mas que não é possível saber “quem está do outro lado”.

Jeferson Siqueira disse que se o envolvimento com a facção estivesse provado, líder comunitário não teria sido homenageado.

O parlamentar também afirmou que o papel da Câmara é valorizar o serviço comunitário e não julgar o passado das pessoas. “Não importa o que ele fez no passado, eu não tenho interesse. [...] O nosso papel aqui é reconhecer o trabalho dos líderes comunitários. Se estivesse confirmado isso [envolvimento com o CV], se nós tivéssemos conhecimento, se isso fosse realmente claro diante de nós, com certeza, nós não vamos concordar nunca com isso. Jamais”, declarou Jeferson.

"De acordo com os policiais da Inteligência, o denunciado Gilmar faz parte do Comando Vermelho e tem a função de “dono do bairro”, ou seja, é o responsável pela distribuição da droga no bairro Nova Conquista e adjacências, abastecendo as “bocas ou biqueiras” daquela região, possuindo assim o monopólio da venda de drogas na localidade em que comanda, inclusive ele já foi preso anteriormente pela prática do tráfico de drogas e é conhecido por essa atividade criminosa na região", diz o relatório da polícia.

Após a condenação, a defesa do "líder comunitário" recorreu da condenação nas instâncias superiores. Em junho de 2022, o ministro João Otávio de Noronha reduziu a pena de "Gilmarzinho" para 6 anos, 9 meses e 20 dias de reclusão e 680 dias-multa, mantidos os demais termos da condenação.

 

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