PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Justiça Eleitoral cassou os mandatos do prefeito de Brasnorte, Edelo Ferrari (MDB), da vice-prefeita Roseli Gonçalves e do vereador Gilmar da Obra por práticas ilícitas durante as eleições de 2024.
A decisão, publicada nesta quarta-feira (2), é assinada pelo juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral, e aponta compra de votos, aliciamento de eleitores e transporte irregular de indígenas da etnia Enawenê-Nawê.
De acordo com a sentença, o grupo político ofereceu dinheiro, frangos congelados e combustível a indígenas em troca de votos. Além disso, organizou o transporte de cerca de 100 eleitores até os locais de votação, com o apoio de servidores comissionados e familiares dos candidatos.
“Restou amplamente comprovado que ocorreu a compra de votos mediante oferecimento e entrega de dinheiro, combustível e alimentos (frangos congelados) aos eleitores indígenas”, afirmou o magistrado. A decisão foi baseada em provas como vídeos, imagens, registros de transferências via PIX e depoimentos de testemunhas.
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Um dos vídeos anexados ao processo mostra indígenas chegando às aldeias com sacolas contendo frangos após a votação. No total, 96 indígenas votaram em Brasnorte, número considerado suficiente para alterar o resultado da eleição, vencida por uma diferença de apenas 155 votos.
Embora não haja comprovação direta da participação do prefeito e da vice nas ações, o juiz entendeu que a chapa foi diretamente beneficiada e, por isso, determinou a cassação. Além da perda de mandato, todos os envolvidos - com exceção de Roseli quanto à inelegibilidade - foram declarados inelegíveis por oito anos.
Outro lado
Em nota, o prefeito Edelo Ferrari afirmou que recebeu a decisão com surpresa e que irá recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). “Não existe qualquer tipo de prova que ligue a mim ou à vice Rose às acusações feitas pelo Ministério Público”, declarou. Ele seguirá no cargo até o julgamento do recurso.