ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Em pronunciamento no Plenário na quarta-feira (20), o senador Irajá (PSD-TO) voltou a lamentar a situação da saúde em Tocantins. Segundo o parlamentar, “pessoas estão morrendo à espera de atendimento nos hospitais do estado”.
O senador recordou um episódio ocorrido no ano passado, no qual uma mulher morreu enquanto aguardava por um leito no Hospital Geral de Palmas (HGP).
"Assim como a "doutora" Aurilene, mais de 40 pessoas morreram à espera de atendimento no nosso estado até aquela data. Para completar, os escândalos da saúde no Governo Wanderlei Barbosa viraram uma rotina. Já foram três operações da Polícia Federal", informou.
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O senador ressaltou que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou graves irregularidades em um contrato milionário, cujos recursos federais foram destinados à operacionalização de leitos de UTI no estado. Os achados do TCU apontaram falhas recorrentes na prestação do serviço:
— [O TCU] encontrou irregularidades na execução, na fiscalização e nos pagamentos desse contrato de mais de R$ 31 milhões para a prestação de serviços de gerenciamento e operacionalização de 190 leitos de UTI adulto, pediátrico e neonatal. Agora, o tribunal vai apurar as condutas do fiscal, do gestor do contrato e também do ex-Secretário de Saúde do governador Wanderlei Barbosa.
Operação Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (22) uma operação para apurar possíveis crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, frustração do caráter competitivo de licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro possivelmente praticados por empresários, agentes públicos e um agente político de Tocantins no âmbito da Secretaria estadual de Saúde.
O inquérito apura suspeitas de conluio para fraudar licitações na realização de processo licitatório da Secretaria da Saúde, direcionar contratos e desviar recursos públicos mediante um superfaturamento potencial de aproximadamente R$ 2 milhões de reais. Além disso, a PF suspeita que um agente público estaria ocultando bens e valores de origem ilícita.
Policiais federais cumprem dois mandados de busca e apreensão em Palmas (TO).
Essa ação é um desdobramento da Operação Autoimune, deflagrada em agosto do ano passado pela Polícia Federal, que contou com a cooperação da atividade fiscalizatória da Controladoria-Geral da União (CGU).
A Polícia Federal aponta a possível existência e atuação de uma organização criminosa em prejuízo da Secretaria de Saúde de Tocantins. O objetivo desta fase é identificar todas as pessoas que participaram das supostas ações criminosas, colher elementos probatórios suficientes para a comprovação dos fatos e recuperar os recursos desviados.
Os suspeitos poderão ser indiciados e responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, frustração do caráter competitivo de licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que somadas podem chegar a 50 anos de reclusão, além da perda de bens e valores suficientes para a reparação do dano decorrente da infração penal.