Cuiabá, 18 de Fevereiro de 2025
DÓLAR: R$ 5,69
FTN Brasil | Jornal de Verdade

Política e Eleições Quarta-feira, 12 de Junho de 2024, 13:45 - A | A

12 de Junho de 2024, 13h:45 A- A+

Política e Eleições / DE QUEM É A CULPA

Neri Geller afirma que o leilão do arroz foi um "equívoco político" conduzida pela cúpula do governo Lula

“Faltou organização, faltou orientação. Se você buscar nos anais de reuniões que fizemos, as posições técnicas não foram seguidas", criticou Neri Geller

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O ex-deputado federal e agora ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller (PP), disse que não fez o pedido de exoneração do cargo e que a decisão partiu do ministério e do governo. Geller vinha sofrendo desgaste após denúncias de fraude no leilão de arroz realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).  

A demissão se deu após o ex-assessor de Neri, Robson Luiz de Almeida França, arrematar mais de 90 mil toneladas de arroz no leilão da Conab. A suspeita é de favorecimento.

Durante a entrevista, à Bandnews na manhã desta quarta-feira (12), Neri Geller disse que assim que as suspeitas iniciaram ele se posicionou com “bastante firmeza” na imprensa e ao conversar como o ministro Carlos Fávaro (PSD), na manhã de segunda-feira (10), explicou que conhece Robson mas que deixaram de trabalhar juntos no ano de 2020 e que a partir daí Robson teria iniciado os trabalhos como corretor. 

Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo linkFTN BRASIL 

Questionado sobre a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o leilão ter acontecido de maneira desorganizada, Neri concordou e disse ainda que o assunto foi politizado, por parte da oposição, diante da situação do Rio Grande do Sul.

Neri Geller afirmou que o leilão do arroz foi um "equívoco político" conduzido de forma desorganizada pela cúpula do governo Lula.

“Faltou organização, faltou orientação. Se você buscar nos anais de reuniões que fizemos, as posições técnicas não foram seguidas. Foi de forma muita açodada para fazer com que o arroz chegasse nas periferias, nos grandes  centros, o que é louvável, mas a forma como foi deveria ter sido feita de forma mais escalonada”, destacou.  

Exoneração

 

Sobre a demissão, Neri Geller desmente ministro Fávaro e afirma que não pediu para sair do Ministério da Agricultura. "Eu não fiz  o pedido de exoneração. Depois que aconteceu esse leilão e começou a levantar algumas suspeitas, eu que me posicionei de imediato com bastante firmeza na imprensa, estava no estado de Mato Grosso, quando embarquei em Cuiabá, mandei uma mensagem para o ministro que eu cheguei e que eu iria direto para o Ministério. Chegamos em Brasília, nós conversamos eu relatei então ao ministro Fávaro dos acontecimentos e das minha posição 100%  de transferência, de tranquilidade. Porque eu não tenho absolutamente nada para esconder. Eu expliquei para o ministro Fávaro que ele conhece o Robson, que é proprietário da Corretora, que participou do leilão, que essa empresa participa de leilão desde o ano passado. Porque eu fui buscar as informações sexta e sábado, que meu filho estava sendo ventilado e que teria participado do leilão, que ele abriu uma corretora em agosto do ano passado e eu conversei com meu filho e ele categoricamente me falou que essa corretora não foi ativado do ponto de vista de operacionalização. Não fez nenhuma operação, não participou de nenhum leilão público e  nem privado. E aí eu liguei para o Robson e fazia dias que eu não conversava com ele...O Robson me colocou de forma muito categórica. "O deputado você não paga mais meu salário, eu to tocando minha vida...eu trabalhei no seu gabinete até 2020, portanto, faz quatro anos e eu estou atuando desde do ano passado. Não deu certo com  Marcelo,eu abri a minha corretora e estou inclusive, fazendo leilão na CONAB desde o ano passado",...disse Geller. 

“Partiu do ministério e do governo. Não fui eu que pedi demissão, não tenho nada para esconder e sou parceiro do governo para resolver essas questões. Ele [Fávaro] foi para o Palácio, conversou com o presidente Lula e de lá ele me ligou que a decisão seria pelo meu afastamento e eu falei tranquilo”, disse Neri.  

Segundo Neri, o ministro Fávaro deveria ter ligado para ele para terminar a conversar  sobre este assunto, contudo, não ligou. "Encaminhou um documento pedindo para a Secretaria Agrícola do Executivo a exoneração. Eu ratifiquei ela em documentei isso por documento que eu não estaria pedindo demissão. Foi isso que aconteceu. 

Perguntado se ele acreditava que o pedido teria partido de Lula. "Sinceramente eu não sei. o que eu posso falar com bastante clareza é que por parte do presidente Lula eu tenho muito carinho e respeito. Acho que o presidente foi muito mal orientado nessa questão da importação. Até porque o arroz tem um preço globalizado. A importação ele mexe no primeiro momento e ele mexe. No segundo momento, não mexe"... 

A exoneração do ex-deputado federal Neri Geller (PP), em edição do Diário Oficial da União desta quarta-feira (12), saiu sem o termo "a pedido", o que significaria que ele teria pedido demissão do cargo de secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Neri Geller não teria pedido demissão e que ficou sabendo dela pela imprensa.

Na manhã desta terça-feira (11), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, havia anunciado à imprensa que Neri tinha pedido demissão após irregularidades em um leilão para importação de arroz. "Ele pediu demissão e eu aceitei dissi o ministro".

Comente esta notícia

Esse est et proident pariatur exercitation