PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Nesta última terça-feira (28), durante reintegração de posse na Capital, um policial militar se recusou a apertar a mão do deputado estadual Wilson Santos (PSD). A recusa em cumprimentar o deputado foi motivo de elogios para o também deputado Elizeu Nascimento (PL), que usou suas redes sociais para criticar seu colega da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e compartilhar um vídeo do momento.
“Assim, com essas palavras o deputado Estadual Wilson Santos narrou seu vídeo em uma ordem de desapropriação, sem óleo de peroba no rosto, após esculhambar a Polícia Militar ainda foi pegar na mão do policial, parabéns ao policial pela atitude, me sinto envergonhado em ver um parlamentar que tem inúmeros mandatos tratar os profissionais da Segurança Pública de nosso estado dessa forma, ainda dizer que repudia a Polícia Militar, inversão de valores”, diz trecho da postagem.
“A Polícia Militar cumpre ordens, deputado Wilson. Vá bater de frente e repudiar a Justiça que determinou aos policiais militares cumprirem a ordem de desapropriação. Juiz ou desembargador o senhor não afronta, por que será?”, completou.
Desocupação no Contorno Leste
No dia 11 de março deste ano, o deputado estadual Wilson Santos teria divulgado que ação por parte dos agentes de segurança do Mato Grosso foi "truculenta", durante retirada de famílias que viviam no Residenciaç do Brasil 21, uma área do Contorno Leste, em Cuiabá, afirmando que a polícia derrubou portas e usou bombas de gás lacrimogêneo.
Reprodução

O fato ocorreu após a juíza Adriana Sant’Anna Coningham, da 2ª Vara Cível Especializada em Direito Agrário de Cuiabá, ter determinado que fosse cumprida a reintegração de posse da área do Contorno Leste, entre os bairros Dr. Fábio e Osmar Cabral. Mais de 900 famílias, entre estrangeiros venezuelanos e brasileiros, viviam no local, de forma ilegal. Após a decisão judicial, a Polícia Militar foi acionada para garantir a desocupação pacífica do local.
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De acordo com a decisão da juíza, há a orientação para que a empresa responsável pela retirada realizasse o transporte das famílias e, se necessário, conceda um local para guardar os bens essenciais das pessoas. Também foi determinado o pagamento de um aluguel social para uma mulher que vivia no local.
As famílias foram notificadas para deixarem a área e muitas delas resistiram inicialmente, alegando que não tinham para onde ir e que viviam no local há muitos anos. No entanto, diante da presença policial e da ordem judicial, a maioria acabou deixando o terreno sem maiores conflitos.
Na época, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) informou que, "em função do enfrentamento por parte dos invasores, com ataque aos policiais com paus, pedras e fogos de artifício, foi necessário o emprego de técnicas de controle de distúrbio por meio de armas não letais.
A situação foi considerada grave e a polícia teve que agir com rapidez para restabelecer a ordem no local. As autoridades também ressaltaram que foi feito um trabalho de negociação para tentar resolver o conflito de forma pacífica, mas diante da resistência dos invasores, foi preciso utilizar medidas mais enérgicas.
Em entrevista concedida ao portal Olhar Direto, o morador Creonir Vicentr Rangel afirmou que os policiais militares não chegaram a agir de maneira truculenta, mas sim incoveniente. "Eles atrapalharam o nosso sono, a gente se sentiu que parece que tinha uma intenção de tirar o nosso sossego em uma véspera. Ao invés de deixar a gente dormir em paz para outro dia ver o que ia acontecer, o que aconteceu foi que a gente foi incomodado numa véspera do dia indicado da liminar".