PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante seu discurso neste domingo (7), no encerramento da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC), evento da direita que ocorreu na cidade de Balneário Camboriú (SC), pediu anistia para os presos relacionados aos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília (DF). Ele argumenta que a anistia é necessária para corrigir o que considera uma injustiça. No dia 8 de janeiro, uma série de manifestações resultou em invasões e depredações de prédios públicos em Brasília, levando à prisão de várias pessoas.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que lutará para libertar os condenados, dizendo que é preciso reparar essa “injustiça”.
“Temos que corrigir essa injustiça. Eu me comprometo, como deputado ou qualquer cargo que assuma, a lutar pela anistia de todos os injustiçados pelo 8 de Janeiro no Brasil“, afirmou.
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Esse posicionamento tem gerado debates intensos, com defensores da anistia destacando preocupações com a justiça e a legalidade das prisões. Por outro lado, os críticos alertam para os riscos de impunidade e de enfraquecimento das instituições democráticas. A proposta de anistia continua sendo um tema controverso e polarizador na política brasileira.
"Anistia"
Durante o discurso de Eduardo na CPAC, foi projetada uma imagem com a palavra "Anistia" no telão. Ao lado dessa palavra, foram exibidas fotos e nomes de presos relacionados aos eventos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Entre esses presos, houve destaque para Cleriston Pereira da Cunha, que foi detido durante os atos e veio a falecer no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, em novembro de 2023.
Esse gesto durante o discurso de Eduardo reforça seu apelo pela anistia dos envolvidos nos protestos de janeiro de 2023, argumentando que muitos dos detidos foram vítimas de injustiças ou de penalidades desproporcionais.
Eduardo também citou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, refutando a narrativa de tentativa de golpe e criticando as prisões realizadas. Ele contestou a afirmação de Moraes de que as autoridades estavam prendendo pessoas como a senhora Iraci Nagoshi, de 71 anos, que foi condenada a 14 anos de prisão. Eduardo argumentou que é injusto tratar alguém incapaz de arremessar uma pedra como uma terrorista.
“Nós só não somos otários de engolir essa balela do Alexandre de Moraes, que tenta dizer que eles prendem senhoras de 71 anos como Iraci Nagoshi, que está com uma condenação de 14 anos de cadeia. Uma senhora que é incapaz de arremessar uma pedra sendo tratada como terrorista", declarou.
“Falam que Bolsonaro é ditador. Um ditador que não deu golpe? Um ditador que esperou sair da Presidência, quando não era mais chefe das Forças Armadas, para tentar dar um golpe com senhoras desarmadas? E em janeiro, que não tem ninguém em Brasília, é férias, um domingo? Sem um tiro, sem uma arma apreendida? Falar que isso é golpe?”, continuou.
Durante o evento, Eduardo Bolsonaro abordou várias questões controversas e políticas. Ele argumentou que seu pai, Jair Bolsonaro, não teve uma eleição justa em 2022, insinuando uma censura por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em favor da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).