ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Diante da repercussão negativa em vários sites de notícias no mundo todo, sobre gastos em viagens internacionais do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o Governo Federal emitiu nota à imprensa, para esclarecer os fatos.
Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula já visitou 28 países, cumprindo extensa agenda com líderes internacionais entre visitas oficiais, reuniões bilaterais e cúpulas multilaterais.
Viagens presidenciais são um importante instrumento para o fortalecimento de relações entre países e para a promoção de negócios. O Brasil, após hiato de quatro anos como pária internacional, voltou a ser convidado para os principais eventos globais e a ser recebido pelas principais lideranças do mundo.
Além disso, em reconhecimento à importância do país e de suas atuais lideranças, líderes globais também voltaram a visitar o país. Esse ano já visitou o país o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, e ainda no primeiro semestre estão previstas as visitas do presidente francês e do primeiro-ministro japonês, todos acompanhados de delegações de empresários. Na presidência do G20, o Brasil receberá ainda este ano líderes e representantes das 20 economias mais robustas do globo.
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As viagens realizadas pelo presidente Lula já resultaram em diversos acordos bilaterais e atração de investimentos para o país, muitos deles fartamente documentados pela imprensa, como a atração de mais de R$ 117 bilhões de montadoras estrangeiras no país. Estes investimentos são fruto do trabalho constante de promoção do Brasil realizado pelo governo brasileiro, que tem colocado o país na vanguarda da transição energética, um dos temas mais relevantes da atualidade.
Na viagem à China, além dos 15 acordos entre os dois governos, outros 42 acordos foram assinados entre empresas brasileiras e chinesas e entre empresas chinesas e o governo brasileiro.
A previsão é que os acordos com a China rendam investimentos de até R$ 50 bilhões, e outros R$ 12,5 bilhões dos atos assinados com os Emirados Árabes, especialmente na área de energia verde. Além disso, a visita à Arábia Saudita resultou em anúncio de investimentos de até R$ 50 bilhões do Fundo Soberano do país em projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil, inclusive no âmbito do PAC, até 2030. Também as empresas portuguesas EDP e Galp anunciaram investimentos de R$ 32 bilhões. Por fim, o Japão anunciou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no setor de saúde brasileiro.
Por meio das viagens empreendidas até o momento, o Brasil fechou até agora ao menos 57 acordos bilaterais de diversos níveis: 7 com a Argentina, 15 com a China, 4 com os Emirados Árabes Unidos, 13 com Portugal, 4 com a Espanha, 2 com o Japão, 7 com Angola, 2 com São Tomé e Príncipe, 3 com Cuba, 19 com a Alemanha e 2 com Egito.
Alguns desses acordos têm impacto direto na vida dos cidadãos, como a isenção de vistos para visitantes brasileiros ao Japão, a facilitação do reconhecimento de diplomas entre Brasil e Portugal, além de diversos outros. Outros quatro acordos foram fechados com o Vietnã, na visita do primeiro-ministro do país ao Brasil em setembro, após um primeiro encontro entre os dois no Japão, em maio, durante a cúpula ampliada do G7.
As viagens presidenciais ajudaram também na abertura de 96 novos mercados para produtos brasileiros. Exemplo disso é a recente habilitação de 38 frigoríficos para exportar à China, a maior de uma só vez, totalizando 146, o que sozinho pode representar um aumento de US$ 10 bilhões na exportação de proteína animal para o país asiático. A atual gestão, ao contrário da anterior, não antagoniza a China, o principal parceiro econômico do Brasil. O presidente da China, Xi Jinping, será recebido no Brasil em visita de Estado no segundo semestre.
Importante, ainda, destacar que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as doações ao Fundo Amazônia, retomadas após paralisia de quatro anos no governo anterior, atingiram recorde de US$ 726 milhões. Outros R$ 3,1 bilhões devem ser doados ao longo de 2024 por EUA, Noruega, Reino Unido, União Europeia e Dinamarca.
Já em 2023, o governo de Lula já gastou pelo menos R$ 24,8 milhões em viagens internacionais no 1º semestre de 2023. A conta não inclui o translado aéreo, custeado pela Força Aérea Brasileira (FAB), pois os valores estão sob sigilo. Em abril deste ano, na viagem à China e Emirados Árabes realizada pela comitiva presidencial, composta por 70 pessoas, foram empenhados cerca de R$ 66 milhões, estas foram as maiores despesas do governo.
Além disso, o segundo maior gasto foi no Vaticano, Itália e França, onde tiveram despesas de R$ 5,7 milhões no mês de junho. Seguido de Portugal e Espanha com R$ 4,4 milhões.
De acordo com os dados obtidos através da Lei de Acesso, a viagem mais barata foi com destino ao Japão para que o presidente Lula participasse da cúpula do G7, onde foram empenhados cerca de R$ 900 mil.
A hospedagem está no topo dos gastos, R$ 12 milhões, seguido do aluguel de veículos com R$ 9,2 milhões. Com exceção a viagem ao Japão que custou apenas 1,56% do total com hotelaria, representando R$15 mil.
A contratação de intérpretes também gerou uma grande despesa, foram R$ 771 mil, sendo que mais da metade do dinheiro foi utilizado para contratar profissionais na China e nos Emirados Árabes.
As referidas despesas envolvem não somente o presidente Lula, mas também as pessoas que o acompanharam nessas visitas como ministros e integrantes da equipe técnica de comunicação do Planalto.
Ainda não temos informações sobre novas viagens em 2024. No entanto, sabemos que Lula deve ter tradicionais compromissos internacionais, como a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), a COP29, que é a Conferência das Partes, mais importante encontro global para discutir mudanças climáticas e encontros do G20. Listaremos aqui quando tivermos detalhes de da
Confira a lista detalhada de despesas do Itamary com viagens internacionais 2023:
ARGENTINA E URUGUAI
custo – R$ 2,0 milhões;
maiores despesas – aluguel de veículos (R$ 813 mil) e com hospedagem (R$ 808 mil);
duração – 3 dias (23-25.jan);
o que Lula fez nos países – reuniu-se com os presidentes Alberto Fernández (Argentina) e Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai) para retomar a liderança na América Latina.
ESTADOS UNIDOS
custo – R$ 2,1 milhões;
maiores despesas – aluguel de veículos (R$ 1 milhão) e hospedagem (R$ 855 mil);
duração – 3 dias (9-11.fev);
gastos médicos – o Itamaraty informou ter pagado R$ 52 mil em uma ambulância com enfermeiro;
o que Lula fez no país reuniu-se com o presidente Joe Biden para discutir democracia e meio-ambiente.
CHINA E EMIRADOS ÁRABES
custo – R$ 6,6 milhões;
maiores despesas – hospedagem (R$ 3,2 milhões) e aluguel de veículos (R$ 1,8 milhão). Nesse caso, inclui a visita cancelada no fim de março devido a uma pneumonia do presidente;
coquetel – o Itamaraty custeou uma confraternização na embaixada brasileira cotada em R$ 128 mil; duração – 6 dias (11-16.abr);
o que Lula fez no país – reuniu-se com o presidente Xi Jinping e com representantes de empresas chinesas. Tinha objetivo de retomar as relações com a nação asiática, abalada durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Fechou acordos econômicos e participou da posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no banco dos Brics.
PORTUGAL E ESPANHA
custo – R$ 4,4 milhões;
maiores despesas – hospedagem (R$ 2,0 milhões) e aluguel de veículos (R$ 1,9 milhão).
duração – 6 dias (21-26.abr);
o que Lula fez nos países – participou da entrega do prêmio Camões ao cantor Chico Buarque.
Encontrou-se com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa. Da Espanha, visitou o rei Felipe 6º e o primeiro-ministro Pedro Sánchez. Quis fortalecer relações com a Europa.
REINO UNIDO
custo – R$ 2,9 milhões;
maiores despesas – hospedagem (R$ 1,5 milhão) e aluguel de veículos (R$ 1,3 milhão);
duração – 2 dias (5-6.mai);
o que Lula fez nos países – foi à coroação do rei Charles 3°. Encontrou-se com o primeiro-ministro Rishi Sunak, que anunciou doação de R$ 500 milhões para o Fundo Amazônia.
JAPÃO
custo – R$ 961 mil;
maiores despesas – aluguel de veículos (R$ 734 mil) e aluguel de salas e equipamentos (R$ 211 mil);
duração – 6 dias (17-22.mai);
o que Lula fez nos países – foi à cúpula do G7 em Hiroshima. Falou sobre sanções à Rússia, relação da China com Taiwan e desarmamento nuclear.
ITÁLIA, FRANÇA E VATICANO
custo – R$ 5,7 milhões;
maiores despesas – hospedagem (R$ 3,2 milhões) e aluguel de veículos (R$ 1,8 milhão);
duração – 5 dias (20-24.jun);
o que Lula fez nos países – visitou o papa Francisco e os presidentes Emmanuel Macron (França) e Sergio Mattarella (Itália). Também se reuniu com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. Petista focou na pauta ambiental.