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Política e Judiciário Terça-feira, 19 de Março de 2024, 12:00 - A | A

19 de Março de 2024, 12h:00 A- A+

Política e Judiciário / ENCURRALADO

Após mídia massacrar gastos exorbitantes de viagens internacionais do Presidente Lula, Governo Federal tenta se explicar

A viagem mais cara do governo Lula foi realizada em abril deste ano, onde foram foram empenhados cerca de R$ 66 milhões na China e Emirados Árabes

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Diante da repercussão negativa em vários sites de notícias no mundo todo, sobre gastos em viagens internacionais do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o Governo Federal emitiu nota à imprensa, para esclarecer os fatos.

Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula já visitou 28 países, cumprindo extensa agenda com líderes internacionais entre visitas oficiais, reuniões bilaterais e cúpulas multilaterais.

Viagens presidenciais são um importante instrumento para o fortalecimento de relações entre países e para a promoção de negócios. O Brasil, após hiato de quatro anos como pária internacional, voltou a ser convidado para os principais eventos globais e a ser recebido pelas principais lideranças do mundo.

Além disso, em reconhecimento à importância do país e de suas atuais lideranças, líderes globais também voltaram a visitar o país. Esse ano já visitou o país o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, e ainda no primeiro semestre estão previstas as visitas do presidente francês e do primeiro-ministro japonês, todos acompanhados de delegações de empresários. Na presidência do G20, o Brasil receberá ainda este ano líderes e representantes das 20 economias mais robustas do globo.

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As viagens realizadas pelo presidente Lula já resultaram em diversos acordos bilaterais e atração de investimentos para o país, muitos deles fartamente documentados pela imprensa, como a atração de mais de R$ 117 bilhões de montadoras estrangeiras no país. Estes investimentos são fruto do trabalho constante de promoção do Brasil realizado pelo governo brasileiro, que tem colocado o país na vanguarda da transição energética, um dos temas mais relevantes da atualidade.

Na viagem à China, além dos 15 acordos entre os dois governos, outros 42 acordos foram assinados entre empresas brasileiras e chinesas e entre empresas chinesas e o governo brasileiro.

A previsão é que os acordos com a China rendam investimentos de até R$ 50 bilhões, e outros R$ 12,5 bilhões dos atos assinados com os Emirados Árabes, especialmente na área de energia verde. Além disso, a visita à Arábia Saudita resultou em anúncio de investimentos de até R$ 50 bilhões do Fundo Soberano do país em projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil, inclusive no âmbito do PAC, até 2030. Também as empresas portuguesas EDP e Galp anunciaram investimentos de R$ 32 bilhões. Por fim, o Japão anunciou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no setor de saúde brasileiro.

Por meio das viagens empreendidas até o momento, o Brasil fechou até agora ao menos 57 acordos bilaterais de diversos níveis: 7 com a Argentina, 15 com a China, 4 com os Emirados Árabes Unidos, 13 com Portugal, 4 com a Espanha, 2 com o Japão, 7 com Angola, 2 com São Tomé e Príncipe, 3 com Cuba, 19 com a Alemanha e 2 com Egito.

Alguns desses acordos têm impacto direto na vida dos cidadãos, como a isenção de vistos para visitantes brasileiros ao Japão, a facilitação do reconhecimento de diplomas entre Brasil e Portugal, além de diversos outros. Outros quatro acordos foram fechados com o Vietnã, na visita do primeiro-ministro do país ao Brasil em setembro, após um primeiro encontro entre os dois no Japão, em maio, durante a cúpula ampliada do G7.

As viagens presidenciais ajudaram também na abertura de 96 novos mercados para produtos brasileiros. Exemplo disso é a recente habilitação de 38 frigoríficos para exportar à China, a maior de uma só vez, totalizando 146, o que sozinho pode representar um aumento de US$ 10 bilhões na exportação de proteína animal para o país asiático. A atual gestão, ao contrário da anterior, não antagoniza a China, o principal parceiro econômico do Brasil. O presidente da China, Xi Jinping, será recebido no Brasil em visita de Estado no segundo semestre.

Importante, ainda, destacar que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as doações ao Fundo Amazônia, retomadas após paralisia de quatro anos no governo anterior, atingiram recorde de US$ 726 milhões. Outros R$ 3,1 bilhões devem ser doados ao longo de 2024 por EUA, Noruega, Reino Unido, União Europeia e Dinamarca.

Já em 2023, o governo de Lula já gastou pelo menos R$ 24,8 milhões em viagens internacionais no 1º semestre de 2023. A conta não inclui o translado aéreo, custeado pela Força Aérea Brasileira (FAB), pois os valores estão sob sigilo. Em abril deste ano, na viagem à China e Emirados Árabes realizada pela comitiva presidencial, composta por 70 pessoas, foram empenhados cerca de R$ 66 milhões, estas foram as maiores despesas do governo.

Além disso, o segundo maior gasto foi no Vaticano, Itália e França, onde tiveram despesas de R$ 5,7 milhões no mês de junho. Seguido de Portugal e Espanha com R$ 4,4 milhões.

De acordo com os dados obtidos através da Lei de Acesso, a viagem mais barata foi com destino ao Japão para que o presidente Lula participasse da cúpula do G7, onde foram empenhados cerca de R$ 900 mil.

A hospedagem está no topo dos gastos, R$ 12 milhões, seguido do aluguel de veículos com R$ 9,2 milhões. Com exceção a viagem ao Japão que custou apenas 1,56% do total com hotelaria, representando R$15 mil.

A contratação de intérpretes também gerou uma grande despesa, foram R$ 771 mil, sendo que mais da metade do dinheiro foi utilizado para contratar profissionais na China e nos Emirados Árabes.

As referidas despesas envolvem não somente o presidente Lula, mas também as pessoas que o acompanharam nessas visitas como ministros e integrantes da equipe técnica de comunicação do Planalto.

Ainda não temos informações sobre novas viagens em 2024. No entanto, sabemos que Lula deve ter tradicionais compromissos internacionais, como a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), a COP29, que é a Conferência das Partes, mais importante encontro global para discutir mudanças climáticas e encontros do G20. Listaremos aqui quando tivermos detalhes de da

 

Confira a lista detalhada de despesas do Itamary com viagens internacionais 2023:

ARGENTINA E URUGUAI

custo – R$ 2,0 milhões;

maiores despesas – aluguel de veículos (R$ 813 mil) e com hospedagem (R$ 808 mil); 

duração – 3 dias (23-25.jan); 

o que Lula fez nos países – reuniu-se com os presidentes Alberto Fernández (Argentina) e Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai) para retomar a liderança na América Latina. 

ESTADOS UNIDOS

custo – R$ 2,1 milhões; 

maiores despesas – aluguel de veículos (R$ 1 milhão) e hospedagem (R$ 855 mil);

duração – 3 dias (9-11.fev); 

gastos médicos – o Itamaraty informou ter pagado R$ 52 mil em uma ambulância com enfermeiro;

o que Lula fez no país reuniu-se com o presidente Joe Biden para discutir democracia e meio-ambiente. 

CHINA E EMIRADOS ÁRABES

custo – R$ 6,6 milhões; 

maiores despesas – hospedagem (R$ 3,2 milhões) e aluguel de veículos (R$ 1,8 milhão). Nesse caso, inclui a visita cancelada no fim de março devido a uma pneumonia do presidente;

coquetel – o Itamaraty custeou uma confraternização na embaixada brasileira cotada em R$ 128 mil; duração – 6 dias (11-16.abr); 

o que Lula fez no país – reuniu-se com o presidente Xi Jinping e com representantes de empresas chinesas. Tinha objetivo de retomar as relações com a nação asiática, abalada durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Fechou acordos econômicos e participou da posse da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no banco dos Brics. 

PORTUGAL E ESPANHA

custo – R$ 4,4 milhões; 

maiores despesas – hospedagem (R$ 2,0 milhões) e aluguel de veículos (R$ 1,9 milhão). 

duração – 6 dias (21-26.abr); 

o que Lula fez nos países – participou da entrega do prêmio Camões ao cantor Chico Buarque.

Encontrou-se com o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa. Da Espanha, visitou o rei Felipe 6º e o primeiro-ministro Pedro Sánchez. Quis fortalecer relações com a Europa. 

REINO UNIDO

custo – R$ 2,9 milhões; 

maiores despesas – hospedagem (R$ 1,5 milhão) e aluguel de veículos (R$ 1,3 milhão); 

duração – 2 dias (5-6.mai); 

o que Lula fez nos países – foi à coroação do rei Charles 3°. Encontrou-se com o primeiro-ministro Rishi Sunak, que anunciou doação de R$ 500 milhões para o Fundo Amazônia.

JAPÃO 

custo – R$ 961 mil; 

maiores despesas – aluguel de veículos (R$ 734 mil) e aluguel de salas e equipamentos (R$ 211 mil); 

duração – 6 dias (17-22.mai); 

o que Lula fez nos países – foi à cúpula do G7 em Hiroshima. Falou sobre sanções à Rússia, relação da China com Taiwan e desarmamento nuclear.

ITÁLIA, FRANÇA E VATICANO 

custo – R$ 5,7 milhões; 

maiores despesas – hospedagem (R$ 3,2 milhões) e aluguel de veículos (R$ 1,8 milhão); 

duração – 5 dias (20-24.jun); 

o que Lula fez nos países – visitou o papa Francisco e os presidentes Emmanuel Macron (França) e Sergio Mattarella (Itália). Também se reuniu com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. Petista focou na pauta ambiental.

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