PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O comportamento considerado “frio” da mãe de Davi Lucas Oliveira Santos, de 5 anos, morto carbonizado em um incêndio nesta terça-feira (3), em Cuiabá, chamou a atenção da Polícia Civil de Mato Grosso, que instaurou investigação para apurar possível negligência e as circunstâncias familiares que envolvem a tragédia.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a conduta de Andreia Cristina, mãe do menino Davi, que morreu carbonizado após um incêndio destruir a casa onde vivia com a família, no bairro Lula Brasil 2, região do Contorno Leste, em Cuiabá. O caso ocorreu na terça-feira (3) e está sob apuração da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com o delegado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nilson Farias, o comportamento da mãe no momento da tragédia gerou estranhamento. “Precisamos analisar se houve, de fato, negligência da mãe. Vamos ouvir pessoas próximas para entender qual era o relacionamento entre ela e o filho. Era uma relação de afeto? Porque ela não chorou muito, achei ela muito fria. Mas pode ser apenas uma característica pessoal dela”, afirmou.
A investigação buscará esclarecer se houve negligência por parte da mãe e também avaliará a dinâmica da relação familiar.
Segundo relato de Andreia, ela se preparava para sair com o filho quando houve uma explosão, possivelmente causada por uma panela de pressão.“Eu fui pegar uma Coca para nós, porque tinha que levar ele ao HMC. Aí só vi a explosão no quarto. Escutei ele gritando: ‘mãe!’. Um homem conseguiu me puxar de dentro e tirar a moto. Foi tudo muito rápido. Quando acordei, não tinha mais nada”, relatou a mulher, visivelmente abalada.
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Um vídeo gravado por vizinhos mostra o desespero da mãe gritando pelo filho, que estava preso dentro da residência em chamas. A casa, feita de madeira, foi rapidamente consumida pelo fogo.
O Corpo de Bombeiros foi acionado via Ciosp, mas ao chegar no local o imóvel já estava completamente tomado pelas chamas.
O tenente-coronel Alex Queiroz da Silva, do CBMMT, explicou que a estrutura da casa, feita majoritariamente de madeira, contribuiu para a rápida propagação do fogo. “Infelizmente, nossa equipe encontrou a casa totalmente destruída. A mãe relatou que desmaiou após a explosão e foi retirada por um homem que passava na rua. Quando retomou a consciência, a casa já estava toda em chamas."
Outro ponto que levantou suspeitas foi a atuação do homem que se apresentou como padrasto da criança. Segundo a polícia, ele teria entrado na casa para resgatar a mulher e retirar uma motocicleta, mas não tentou socorrer o menino. “Vamos fazer uma análise de família para saber: essa criança incomodava? Era uma criança amada? Foi um alívio perder o filho ou foi uma tristeza? Então, temos que buscar tudo isso para poder chegar à conclusão desse inquérito.”
O caso continua em investigação pela DHPP, que aguarda depoimentos de familiares, vizinhos e análise dos laudos técnicos para concluir o inquérito.
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