PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta segunda-feira (26), o jornalista Cláudio Roberto Natal Junior foi preso, no bairro Santa Cruz, em Cuiabá, durante uma operação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A prisão ocorreu no contexto das investigações sobre o assassinato do advogado Renato Nery, executado a tiros em julho de 2024.
Cláudio é suspeito de envolvimento na adulteração de documentos e de prestar apoio a escritórios de advocacia ligados aos acusados do homicídio. Durante a ação policial, ele foi autuado em flagrante pela posse de munições ilegais. Embora a polícia buscasse uma arma de fogo, nenhum armamento foi localizado na residência do jornalista.
O nome de Cláudio Natal não é estranho ao caso. Em 2021, ele já havia sido processado por Renato Nery após publicar, em seu blog, uma matéria acusando o advogado de solicitar R$ 1 milhão para supostamente influenciar uma decisão judicial. A justiça considerou a denúncia infundada e difamatória, determinando a remoção da publicação e apontando a conduta do jornalista como sensacionalista e antiética.
As apurações da DHPP apontam que Cláudio manteve contatos com Julinere Goulart Bastos - apontada como mandante do assassinato - e teria tentado levantar recursos financeiros para custear a defesa de militares envolvidos no crime, pouco antes de suas prisões.
A primeira fase do inquérito já indiciou o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva e o sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira como autores da execução.
QAgora, Cláudio Natal passará por audiência de custódia, enquanto a DHPP segue aprofundando as investigações para identificar todos os envolvidos na trama que culminou no assassinato do advogado.
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O crime
Renato Nery, de 72 anos, era um advogado renomado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT). Ele foi alvejado por disparos de arma de fogo no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, no bairro Areão, em Cuiabá. Socorrido, passou por cirurgia em um hospital privado, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois.
Mandantes e Motivações
As investigações identificaram os empresários César Jorge Sechi e Julinere Goulart Bastos, residentes em Primavera do Leste, como os mandantes do crime. A motivação teria sido uma disputa fundiária. O casal teria contratado o sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira, oferecendo R$ 200 mil para a execução do advogado.
Executores e Envolvidos
Heron Teixeira é acusado de contratar o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva para executar o crime. Além deles, outros policiais militares foram identificados como participantes do plano, seja na execução, intermediação ou acobertamento do homicídio. Entre os envolvidos estão:
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Leandro Cardoso
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Wailson Alessandro Medeiros Ramos
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Jorge Rodrigo Martins
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Wercerlley Benevides de Oliveira
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Jackson Pereira Barbosa
Esses policiais teriam atuado em diversas funções, desde a ocultação de provas até a tentativa de forjar confrontos para desviar as investigações.
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