Cuiabá, 27 de Julho de 2024
DÓLAR: R$ 5,66
FTN Brasil | Jornal de Verdade

Internacional Sexta-feira, 24 de Maio de 2024, 11:04 - A | A

24 de Maio de 2024, 11h:04 A- A+

Internacional /

Quem era Michel Nisenbaum, brasileiro morto pelo Hamas

Nascido em Niterói Michel Nisenbaum estava desaparecido desde o dia 7 de outubro do ano passado. Israel recuperou o corpo do brasileiro

LEONARDO MEIRELES
DO METRÓPOLIS

Os militares de Israel conseguiram recuperar o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos. Ele era o único cidadão brasileiro dado como desaparecido em Israel desde o estopim dos ataques do grupo extremista Hamas, em 7 de outubro do ano passado.

Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, ele tinha dupla cidadania (israelense e brasileira). Ele morava em Israel havia 45 anos. Lá, trabalhava como técnico em informática. Mary Shohat, de 66 anos, irmã dele, conversou com o Metrópoles no ano passado. E não poupou elogios.

“Um ótimo pai, avô, irmão e amigo. Ele é querido por todos”, definiu Mary. “Michel viaja toda a semana para visitar os cinco netos e agora tem mais um a caminho”, relatou Mary.

Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL

O brasileiro-israelense deixa duas filhas, Hen e Michal. Hen tem três filhos pequenos, enquanto Michal deu à luz seu terceiro filho, um menino, no início deste ano.

Ele era diabético e sofria com a doença Crohn — síndrome inflamatória que afeta certas porções do intestino delgado e o cólon. “Ele é uma pessoa muito boa. Apesar de não ser irmã do mesmo pai, somos muito apegados”, contou Mary à época.

Um dos traços marcantes de Michel, segundo os familiares era o espírito solidário. De dar uma carona para um amigo até o aeroporto a integrar equipes de voluntários (na polícia e nos serviços de saúde), essa era a vida do brasileiro além do trabalho como técnico de informática.

“Se alguém pedir ajuda, ele sempre tenta ajudar. Assim é o meu irmão”, lembrou Mary. Mesmo estando divorciado há anos, o brasileiro continuou muito próximo à ex-esposa Mariela Tchicourel.

Confira a cronologia do sumiço do brasileiro

Manhã de 7 de outubro de 2023:

  • 6h57: Michel ligou para uma das filhas e contou que estava indo buscar a neta. A criança estava na base militar com o pai. A região fica próxima ao kibutz onde ocorreram as primeiras ofensivas do Hamas.

  • 7h06: a filha telefonou para saber se o pai já havia chegado na base militar. Mas, Michel não atendeu às ligações.

  • 7h23: uma pessoa não identificada atendeu um dos telefonemas de familiares e respondeu com as seguintes palavras: “Viva o Hamas”.

  • A partir das 7h30: o telefone de Michel foi desligado e não recebeu mais ligações.

22 de maio de 2024

  • As Forças de Defesa de Israel (FDI) recupera o corpo de três reféns do Hamas

24 de maio de 2024

  • Israel divulga o nome dos três mortos: Michel Nisenbaum, 59 anos; Hanan Yablonka, 42; e Orión Hernández Rado, 30.

Corpo de Michel Nisenbaum estava na Faixa de Gaza

O corpo do brasileiro estava na Faixa de Gaza e os militares o levaram de volta a Israel com outros dois reféns na manhã de quarta-feira (22/5).

Inicialmente, ele tinha sido declarado desaparecido desde o dia 7 de outubro do ano passado, quando o grupo extremista Hamas entrou em Israel e matou cerca de 1.200 civis e militares. Ele havia saído de sua casa em Sderot para ir buscar a neta de 4 anos com o pai, um militar.

Pai e filha foram atacados em uma base das FDI e conseguiram sobreviver. Já o avô não teve a mesma sorte e acabou baleado e moto por terroristas enquanto dirigia na Rota 232. Segundo uma das filhas dele, um contato telefônico chegou a ser feito, mas do outro lado da linha alguém gritava o nome do Hamas.

O carro que o brasileiro dirigia foi queimado, mas a polícia garantiu que ele não estava no veículo.

O nome dele estava na lista de 138 reféns em poder do grupo extremista. Além do brasileiro, os corpos de mais dois reféns foram recuperados: Hanan Yablonka, 42, e Orión Hernández Rado, 30.

A guerra entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro, quando o grupo extremista invadiu o território de Israel. No ataque, os extremistas mataram mais de 1,2 mil pessoas e levaram 240 pessoas como reféns. Desde então, o governo de Israel tem promovido bombardeios e incursões terrestres à Faixa de Gaza, região dominada pelo Hamas.

 

Comente esta notícia

Esse est et proident pariatur exercitation