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Geral Quarta-feira, 03 de Abril de 2024, 13:54 - A | A

03 de Abril de 2024, 13h:54 A- A+

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Gruta da Lagoa Azul que está interditada há 20 anos por degradação ambiental é alvo de visitas clandestinas

Segundo o Ministério Público de MT existem inúmeras denúncias de que guias de turismo clandestinos promovem passeios irregulares no local, sem informar os turistas sobre a proibição

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Interditada desde 2002 devido à degradação ambiental, o Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul (Pegla), localizada no município de Nobres, no Mato Grosso, continua sendo alvo de visitações clandestinas. Segundo o Ministério Público do Estado (MP-MT), existem inúmeras denúncias de que guias de turismo clandestinos promovem passeios irregulares no local, sem informar os turistas sobre a proibição. O valor da visita chega a custar R$ 250 por pessoa.

É importante ressaltar que essa prática é ilegal e prejudicial ao meio ambiente, uma vez que a visitação descontrolada pode causar danos irreversíveis à gruta e aos ecossistemas locais. Além disso, a interdição foi imposta justamente para proteger a região e permitir sua recuperação. Os turistas precisam estar cientes da situação e se recusem a participar de passeios clandestinos, optando por empresas e guias de turismo legalizados e que respeitem as leis ambientais. Denunciar essas atividades ilegais também é fundamental para coibir essa prática e garantir a preservação do local.

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Conselho Consultivo

Em maio de 2022, após articulação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), foi reativado o Conselho Consultivo do Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul (Pegla), criado em dezembro de 2014. O conselho é responsável por acompanhar a elaboração e implementação do Plano de Manejo da unidade de conservação.

Em setembro de 2022, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, juntamente com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros realizaram uma operação com o objetivo de coibir visitas clandestinas à Gruta Lagoa Azul, após receberem várias denúncias sobre a existência de trilha clandestina.

Segundo o promotor de Justiça Willian Oguido Ogama, o MPMT também notificou empresas de turismo, condutores e guias para que não realizem ou promovam visitas clandestinas na gruta. No documento, a Promotoria de Justiça ressalta que se a recomendação não for acatada, a instituição adotará as medidas legais necessárias.

Impactos ambientais 

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) os impactos decorrentes da exploração turística desordenada e não autorizada pela Sema-MT são vários. Acompanhe aqui os riscos que essas visitas não autorizadas podem causar.

- Contaminação da água, essa é uma área particularmente frágel, pois atuam como cabeceiras de drenagem e, na região, assumem um papel duplo e fundamental na qualidade da água: o de abastecimento e manutenção dos belos cenários naturais.

- Perturbação da fauna, com o acúmulo de lixo nos cursos d’água locais e o ato de tentar tocar os animais, os levam a um intenso estresse, podendo implicar em mortalidade ou na interrupção da reprodução.

- Comprometimento do patrimônio, a quebra de ornamentos ou pichação e outras atividades também é considerado um impacto ambiental decorrente da exploração turística desordenada e não autorizada.

Ainda de acordo com a Sema, a Gruta da Lagoa Azul possui alertas e placas avisando da interdição e do risco, e que qualquer pessoa que entre no local está infringindo as regras do órgão ambiental e assumindo os riscos de acidentes. 

Riscos para os visitantes

O risco de acidentes no local é elevado, principalmente pelo fato do local ser de difícil acesso e não possuir uma estrutura preparada para receber turistas.

Dentre os riscos, está possibilidade de desprendimento de rochas do teto da Gruta, quedas, contaminação dos visitantes por vetores transmissores de doenças, como da febre maculosa, causada pela picada do carrapato e da leishmaniose, transmitida pelo mosquito do gênero Lutzomyia.

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