PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Começou nesta última quarta-feira (17) a primeira reunião, que ocorreu por videoconferência, na sede do G20 em Brasília, do grupo de trabalho (GT) de Empoderamento de Mulheres, inaugurando os trabalhos da Trilha de Sherpas, que é comandada por emissários pessoais dos líderes do G20. Criado durante a presidência indiana do G20, em 2023, esta é a primeira do grupo, que neste ano é coordenado pelo Ministério das Mulheres do Brasil.
Trilha de Sherpas
A Trilha de Sherpas é comandada por emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho. O sherpa indicado pelo governo brasileiro é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
No G20, os sherpas são os líderes de cada país que encaminham as discussões e acordos até a cúpula final com chefes de Estado e de Governo.
Primeira reunião do GT
Na abertura da primeira reunião, reforçando a importância deste momento na história do G20, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves e a primeira-dama do Brasil, a socióloga Janja Lula da Silva, deram as boas-vindas às representantes dos países-membros e enfatizando as prioridades da presidência brasileira do grupo.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, iniciou a fala destacando que "para o Brasil, é um grande orgulho presidir o G20 e ser o primeiro país a liderar os trabalhos entre governos pela redução da desigualdade de gênero. A pauta da igualdade de direitos entre homens e mulheres é crucial para nós. No início de 2023, assim que assumiu o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar, pela primeira vez na história do país, um órgão com status de Ministério que se dedica exclusivamente à pauta das mulheres".
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“Tenho defendido que devemos enfrentar a raiz do problema, que é a misoginia - o ódio contra as mulheres, e ponto central de todas as outras discriminações de gênero”, destacou Cida Gonçalves.
A primeira-dama Janja Lula ressaltou os objetivos da presidência brasileira no G20 e a necessidade de um recorte de gênero ao debater desigualdades.
“Na nossa realidade desigual, são os países do Sul Global que têm sofrido as maiores perdas materiais e humanas. Mas hoje já podemos observar que os países do Norte e os mais ricos também têm percebido o aumento dos impactos em seus territórios e populações. Nesse cenário, as mulheres estão ainda sob maior risco e sofrem de forma desproporcional os prejuízos das crises”, colocou a primeira-dama do Brasil.
A reunião contou também com cinco dos oitos países convidados do Grupo de Trabalho (Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Noruega e Portugal), além de Bangladesh. Para além das representações governamentais, organizações internacionais também estiveram integradas neste primeiro dia de reunião. São elas: Comissão Europeia, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Fundo de População das Nações Unidas, ONU Mulheres, Organização Internacional do Trabalho e Organização Mundial da Saúde.
A próxima reunião do Grupo de Trabalho Empoderamento de Mulheres está prevista para os dias 8 e 9 de maio, também em Brasília, de forma presencial.