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Política e Judiciário Terça-feira, 20 de Maio de 2025, 14:40 - A | A

20 de Maio de 2025, 14h:40 A- A+

Política e Judiciário / IMPACTO PARA OS PACIENTES

Presidente do CRM-MT defende continuidade de atendimentos na Santa Casa de Cuiabá: "Não podemos permitir o fechamento"

Presidente do Conselho participa de audiência pública na Assesmbleia Legislativa nesta segunda-feira (19) e critica plano do governo de encerrar gestão da unidade com inauguração do novo Hospital Central

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Diogo Sampaio, defendeu, nesta segunda-feira (19), a continuidade dos atendimentos na Santa Casa de Cuiabá, mesmo após a abertura do novo Hospital Central.

A declaração foi feita durante audiência pública na Assembleia Legislativa, em reação ao anúncio do governo estadual de que pretende encerrar a requisição administrativa da unidade hospitalar.

A possível descontinuidade dos atendimentos na Santa Casa de Cuiabá gera preocupação quanto ao acesso a tratamentos essenciais, principalmente para pacientes oncológicos que já enfrentam longas filas para radioterapia.

A decisão do governo de encerrar a requisição administrativa da unidade pode agravar a situação, colocando em risco a continuidade do cuidado para milhares de pessoas em Mato Grosso.

Além do anúncio do governo, outro entrave para a continuidade dos serviços é a autorização da Justiça do Trabalho para o leilão do prédio da Santa Casa de Cuiabá, com o objetivo de quitar dívidas trabalhistas estimadas em R$ 78 milhões.

Durante a audiência, Diogo Sampaio argumentou que, mesmo diante desse custo, manter a estrutura atual é financeiramente mais viável do que construir uma nova unidade com a mesma capacidade.

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“Estamos falando de uma unidade hospitalar com cerca de 200 leitos, com 41 leitos de Unidade de Terapia Intensiva [UTI], parte destes neonatais e pediátricos, 10 salas de cirurgia. A Santa Casa é a única unidade que atende nefrologia pediátrica, o único que  tem Pronto-Atendimento  com pediatra pelo Sistema Único de Saúde [SUS]. Não é uma coisa tão simples dizer que vai fechar a Santa Casa”, declarou o presidente.

Ao destacar que o custo deve ser visto como um investimento, o presidente do CRM-MT ressaltou a importância da Santa Casa para os pacientes oncológicos. “Uma lei de 2012 determina que o prazo máximo para que um paciente oncológico diagnosticado inicie o tratamento é de 60 dias. Mas, hoje, a fila para radioterapia chega a 60 dias. E aí? Vamos fechar o atendimento da radioterapia? Como fica o tratamento oncológico dos pacientes de todo o Estado?”, questionou.

Outro ponto abordado por Diogo é a supressão de leitos, muitos usados como retaguarda para pacientes de média e alta complexidade, inclusive oncológicos. “Estes pacientes precisam ter, à disposição, leitos de retaguarda para eventuais complicações, inclusive no internamento para o tratamento oncológico. Não podemos permitir o fechamento da Santa Casa”.

O médico ressaltou que, mesmo com o Estado deixando de administrar a Santa Casa, o custeio dos atendimentos poderia ser mantido por meio dos repasses do SUS, aproveitando as 22 habilitações que a unidade possui no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

“É possível resgatar essa estrutura de habilitação. Por isso, peço a ajuda da Assembleia para que a Santa Casa não feche, que o Estado  tenha a sua responsabilidade na manutenção destes serviços. Precisamos privilegiar a história da medicina de Mato Grosso e garantir o atendimento digno da população com serviços que ainda estão deficitários”, concluiu.

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