PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), negou nesta segunda-feira (6), durante a inauguração de um complexo educacional no bairro Pedra 90, em Cuiabá, que tenha boicotado o pagamento de emendas parlamentares à deputada estadual Janaina Riva (MDB), atribuindo os recentes atritos à postura de oposição adotada pela parlamentar.
Mendes explicou que, ao se posicionar como integrante da oposição, Janaina “naturalmente entra na fila” de liberação de recursos, prática comum na política brasileira.
“Se ela se posiciona como oposição, naturalmente entra na fila. Isso acontece em todos os níveis da política brasileira”, declarou Mauro.
Na última quarta-feira (30), durante sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) , a deputada Janaina Riva (MDB) subiu o tom contra o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União), ao acusá-lo de obstruir o pagamento de suas emendas parlamentares.
Do plenário, a parlamentar relatou um episódio constrangedor envolvendo um prefeito do interior, que teria sido informado por Garcia, em reunião reservada: “As emendas da Janaína eu não vou pagar.”
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Em resposta, Garcia divulgou vídeo em que rebate as alegações, recorda episódios da trajetória condenatória do ex-deputado José Riva - pai da deputada - e lembra que, em situações análogas, suas próprias emendas no governo federal também foram liberadas por último.
Questionado sobre o episódio, o governador refutou a acusação, mas ressaltou que parlamentares de oposição costumam ser atendidos por último.“Como o próprio secretário disse: ônus e bônus. Ele é oposição do governo federal e as emendas dele é uma das últimas a serem pagas. Isso é natural na democracia, não é novo em Mato Grosso, não é novo em Brasil. E é o tratamento que você dá. A oposição gosta de criticar, a oposição gosta de falar coisas que muitas vezes não é a verdade. E o ônus disso é muitas vezes um relacionamento não sadio com o governo”, afirmou.
O governador, porém, enfatizou que não pretende forçar alterações na base aliada, mas que espera “verdade, lealdade e reciprocidade” nas relações institucionais. “Eu não sou pai e mãe de todos os problemas que existem no estado, muitos deles nós estamos resolvendo, e muitos deles vão continuar para que outros possam resolver. Agora, a relação ela tem que ser pautada em cima de verdade, de lealdade, de reciprocidade”, explicou.
“Não tenho problema com quem critica pontualmente. Agora, relações se desgastam quando perdem a honestidade. Não quero tirar ninguém da base, mas espero coerência e respeito institucional”, afirmou Mendes, ressaltando que críticas construtivas são bem-vindas, mas que uma postura sistematicamente combativa inviabiliza o diálogo.
