PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Nesta segunda-feira (5), o chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Fábio Garcia (União), declarou que a deputada estadual Janaina Riva (MDB) “não tem moral” para criticar ninguém.
Durante coletiva de imprensa, na inauguração do complexo educacional no bairro Pedra 90, Garcia voltou a mencionar o pai da parlamentar, o ex-deputado José Geraldo Riva foi ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), a quem classificou como “o político mais corrupto da história do Estado”.
Em vídeo publicado em suas redes sociais, Garcia já havia dito que a deputada “foi criada com dinheiro da corrupção”.
“Falei verdades sobre a família Riva. Eu disse que não fui criado em um berço da corrupção, com dinheiro da corrupção. Todo mundo sabe o histórico da família Riva aqui no Mato Grosso. O ex-deputado Geraldo Riva é o político mais corrupto da história deste Estado. Portanto, eu acho que a família Riva não tem moral para apontar o dedo para cara de ninguém. Eu não vou aceitar que a pessoa me venha com ataques pessoais. Ela me respeite e eu respeitarei a Janaina”, afirmou Garcia.
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A declaração foi uma resposta a críticas feitas por Janaina, que acusou o chefe da Casa Civil de perseguição política por supostamente se recusar a pagar suas emendas parlamentares.
A parlamentar criticou as falas de Garcia, classificando-as como ataques pessoais em uma pauta política. No entanto, o chefe da Casa Civil rebateu, afirmando que foi a deputada quem ultrapassou os limites da crítica política.
“Não foram críticas, foram ataques, é diferente. No vídeo dela, me chamou de moleque, falou que eu tinha que provar que era homem, ela fez uma referência racista, "vai cuidar das suas negas". Foram ataques pessoas a minha pessoa. Então não foram críticas normais da política, foram ataques, inclusive pessoais”, declarou.
Garcia afirmou que está aberto ao debate político, mas não aceitará ofensas. “Entrei na política de cabeça erguida e você podem ter certeza que vou sair da política um dia, mas sairei de cabeça erguida. Não levo desaforo para casa mas também peço que as pessoas me respeitem. Quer debater política, vamos debater. Ataque pessoal eu não vou aceitar."
Caso José Riva - Corrupção na Assembleia de Mato Grosso
O ex-deputado José Riva foi ex-presidente da ALMT e esteve envolvido em diversos escândalos de corrupção e improbidade administrativa ao longo de sua carreira política. Com mais de 100 processos judiciais, Riva foi condenado por diversos crimes, incluindo peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Entre 1999 e 2003, Riva e o deputado Humberto Bosaipo foram acusados de desviar R$ 65,2 milhões da ALMT, utilizando empresas fantasmas para justificar despesas fictícias com gráficas, limpeza e locação de aeronaves. Parte dos cheques era descontada na Confiança Factoring, ligada ao ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
Entre 2017 e 2018, Riva foi condenado a penas que somam mais de 60 anos de prisão por diversos crimes relacionados a desvios de recursos públicos na ALMT. As fraudes envolviam empresas de fachada e factoring, resultando em prejuízos milionários aos cofres públicos.
Após cumprir parte das penas em regime fechado, Riva passou para o regime semiaberto em 2022 e, posteriormente, para o regime aberto.
