ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) negou o recurso da atriz pornô Ester Caroline Henrique Bonometo Pessatto, conhecida como “Tigresa VIP, para estar filiada dentro da sigla e concorrer a vaga aberta na Assembleia Legislativa de Mato Grosso nas eleições deste ano.
Apenas dois integrantes da diretoria do PT se posicionaram favoráveis à sua filiação. Os seis demais votaram no sentido de manter Tigresa fora da legenda. A decisão foi oficializada nesta segunda-feira (16).
“Negado provimento ao recurso referendando a decisão da Comissão da Executiva Estadual que decidiu suspender a filiação de Ester Caroline Henrique Bonometo Pessato”, diz parte do trecho do ofício.
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A defesa de Ester, representada pelo advogado e defensor público, Paulo Lemos, que a negativa do Diretório Nacional pode ter ocorrido por influência da deputada federal Rosa Neide e do presidente do PT em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco.
"Ocorre que o mesmo grupo político liderado em Mato Grosso pelo deputado estadual Barranco e pela deputada Federal Rosa Neide [...] controla o diretório nacional e tem a maioria. Isso não significa que representa todos os filiados do Partido dos Trabalhadores, que são milhões. Muito pelo contrário, estão bastante distantes da base numa decisão como essa", disse.
Mesmo que a maioria do Diretório Nacional do PT tenha negado a filiação de “Tigresa Vip” para concorrer a eleição deste ano, o advogado Paulo Lemos afirmou que irá continuar lutando na Justiça para garantir o direito da filiação de sua cliente no reduto petista mato-grossense.
O advogado classifica a decisão do Diretório Nacional como arbitrária, ilegal e sem fundamentação alguma e diante disso, afirmou que irá recorrer à Justiça.
“Nós simplesmente iremos ingressar com uma ação judicial, provavelmente nesta semana ainda. Até porque a decisão do diretório nacional, assim como a executiva estadual, foi uma decisão arbitraria, ilegal, sem fundamentação, que só confirmou essa rede de irregularidades por parte do partido”, finalizou.
Lemos ressalta ainda que, além de ferir os direitos da pessoa Esther Pessatto garantidos na Constituição Federal, ela não foi ouvida e que a decisão fere mais de vinte artigos dos partidos políticos. Tais pontos garantem a efetiva filiação de uma pessoa quando recebe o comprovante e número de filiação, como se um CPF dentro do partido.
"Essa decisão foi uma decisão política para atender interesses de um grupo dentro do partido. Porém, esse grupo dentro do partido não está acima da Constituição Federal, nem do bem e do mal. Nós confiamos muito que o Poder Judiciário vai restabelecer, nesse caso, a verdade e a justiça. Que essa mancha temporária sobre o PT de Mato Grosso será apagada", declarou.
"Só confirmou que esta rede de irregularidades é por parte do partido, e não da Ester, com relação a filiação dela. Sem garantir o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa para ela se defender. Sem ela saber sequer do que ela está sendo acusada. Não indicaram qual ato infracional ela praticou", destaca.
Com sua filiação ao PT suspensa, Ester perdeu todos os prazos para filiação em outros partidos e desta forma fica impossibilitada de concorrer ao pleito de 2022. Mesmo que outro partido a acolhesse, não há mais prazo para filiações.
A deputada federa Rosa Neide (PT) teve seu áudio vazado e divulgado pela imprensa, no qual, aparece falando que, o partido pode se tornar motivo de “chacota nacional” com esse tipo de candidatura. A defesa de Ester atribui a fala ao impedimento da filiação de “Tigresa Vip”.
