PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Com objetivo de aprimorar o diagnóstico e o acompanhamento dos casos de dengue, possibilitando uma resposta mais ágil e eficiente no enfrentamento dessa doença. O Ministério da Saúde emitiu a recomendação para o uso de testes rápidos no diagnóstico e encerramento de casos de dengue. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, anunciou a elaboração de uma nota técnica com o propósito de orientar estados e municípios sobre o emprego desses testes rápidos para detecção da dengue.
A utilização de testes rápidos pode contribuir para uma identificação mais rápida dos pacientes infectados, permitindo um tratamento precoce e adequado, além de auxiliar na coleta de dados epidemiológicos para um melhor monitoramento da situação da dengue no país.
“Já iniciamos a compra para distribuição”, disse Ethel, em entrevista coletiva. A secretária lembrou que outros testes para diagnóstico de dengue, como o RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia de covid-19, são mais sensíveis na detecção do vírus. Entretanto, em meio à explosão de casos de dengue no país, o Ministério da Saúde decidiu recomendar teste rápido para o diagnóstico de dengue com a devida orientação aos profissionais de saúde das redes estaduais e municipais.
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De acordo com a coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública, Marília Santini, o teste rápido recomendado pelo ministério deve ser realizado entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, período em que a maioria dos pacientes busca um serviço de saúde. Mesmo em casos de resultado negativo, o paciente deve ser monitorado e ações estratégicas, como a hiper-hidratação, devem ser adotadas, reforçou.
Ainda segundo Marília, para casos graves e mortes suspeitas por dengue, a orientação da pasta permanece sendo a realização de exame laboratorial, e não do teste rápido, uma vez que este tem limitações, como a incapacidade de rastrear o sorotipo de dengue que causou o agravamento do quadro ou o óbito do paciente.
Autoteste
A coordenadora confirmou também tratativas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização de autoteste para dengue no País
Marília lembrou que, diferentemente do cenário de covid-19, em que o autoteste contribui para interromper a transmissão do vírus por meio do isolamento, o autoteste de dengue não contribui nesse aspecto, já que a doença só pode ser transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. “A gente ainda está iniciando uma discussão técnica.”