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04 de Junho de 2024, 14h:20 A- A+

Política e Eleições / "SAÍDA VOLUNTÁRIA"

Governo Federal dá início à retirada de invasores da Terra Indígena Karipuna em Rondônia

Os Karipuna são um dos mais antigos povos indígenas do Brasil e estão ameaçados de extinção. Contato com ocupantes ilegais da área foi iniciado nesta segunda (3)

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

O Governo Federal, coordenada pela Casa Civil, deflagrou no último sábado (1º) uma operação no território de 153 mil hectares que compõem a Terra Indígena Karipuna (TIKA), localizada entre os municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, em Rondônia, que está sob o processo de desintrusão. A ação pretende devolver o território de 153 mil hectares aos seus proprietários de direito, mas também busca preservar o meio ambiente, promover a sustentabilidade, e garantir a integridade, cultura e vida do povo Karipuna.

Os Karipuna passaram por um grave processo de dizimação e hoje seus integrantes representam um dos menores povos indígenas do país (42 indígenas), ainda com risco de extermínio, se seus direitos não forem resguardados. No território, eles realizam atividades tradicionais de caça, pesca e coleta, entre outras. A homologação da TI Karipuna ocorreu em 1998 e foi determinante para a preservação ambiental.

“Nesta segunda-feira (3) iniciamos o contato das equipes do Governo Federal com os ocupantes ilegais para fazermos o pedido de saída voluntária”, informou o coordenador da desintrusão, Nilton Tubino, que integra o quadro da Secretaria de Articulação e Monitoramento (SAM) da Casa Civil.

A desintrusão responderá às pressões de desmatamento, com a crescente extração ilegal de madeira e a criação de gado, à pesca ilegal e à grilagem de terra. Todas estas ameaças foram identificadas pela inteligência da operação durante o processo preparatório. A presença do efetivo em todo território ocorre de modo coordenado com os 20 órgãos federais envolvidos.

Ao todo, a operação demanda o uso de 53 viaturas, seis caminhões, um helicóptero, um micro-ônibus, além de equipamentos de inteligência, como aplicativos para navegar no território de modo georreferenciado, drones, antenas para conectar equipes, além do dashboard disponibilizado para acompanhamento das ações e resultados. Essa última ferramenta auxilia na visualização e unificação de dados e monitoramento das ações em campo.

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Uma vez concluída a desintrusão, prevista para ocorrer ao final de julho, terá início a fase de consolidação, com a implementação de medidas para impedir ou dificultar o retorno dos invasores, entre as quais a inutilização de instalações como pontes, vias de acesso, cercas, construções e outras que não sejam de interesse do povo originário. Na fase de pós-desintrusão, o Governo promoverá ações diárias de monitoramento e patrulhamento.

A ação ocorre de acordo com o cronograma apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em cumprimento à determinação judicial do ministro Luís Roberto Barroso, no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 709). E também de acordo com a determinação da Justiça Federal, no âmbito da Ação Civil Pública nº1000723-26.2018.4.01.4100, que impôs em face da União, da Funai e do Estado de Rondônia um plano de proteção territorial da Terra Karipuna.

Órgãos envolvidos

Casa Civil da Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da República; Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República; Ministério da Justiça e Segurança Pública; Ministério da Defesa; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Ministério dos Povos Indígenas; Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania; Ministério do Trabalho e Emprego; Estado Maior das Forças Armadas; Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis (Ibama); Polícia Federal (PF); Força Nacional de Segurança Pública (FNS); Polícia Rodoviária Federal (PRF); Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).

 

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