ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O governador em exercício Otaviano Pivetta determinou que todas as medidas necessárias sejam tomadas contra o professor preso, em Cuiabá, nesta quinta-feira (31) em operação do Gaeco, que investiga casos de pedofilia.
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) já determinou o afastamento imediato do professor, que é servidor efetivo, para, na sequência adotar as medidas cabíveis ao caso.
"Esse é um crime absurdo e o governo não vai compactuar nunca com isso, por isso, determinei a adoção imediata das medidas necessárias para o afastamento desse servidor. Uma pessoa que pratica esse tipo de crime, que causa mal a nossas crianças e adolescentes, tem que ser punida com todos os rigores da lei", afirmou o governador em exercício.
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Para Otaviano Pivetta, as leis nacionais precisam ser ainda mais rigorosas contra quem pratica pedofilia.
"As penas têm que ser mais duras. Pedofilia deve ser crime hediondo. Espero que nossos legisladores tenham essa consciência e aprovem punições mais severas", defendeu ele, lembrando a proposta que tramita no Congresso Nacional para que a pedofilia seja considerada crime hediondo, aumentando as penas para os criminosos.
A operação
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco-MT), força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo, prendeu em flagrante nesta quinta-feira (31), dois alvos da Operação Lobo Mau, deflagrada pelo Gaeco de São Paulo contra uma rede criminosa envolvida na produção, no armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantil, conhecido como CSAM (Child Sexual Abuse Material). Os mandados foram cumpridos em Cuiabá e em Tangará da Serra. A ação contou com o apoio Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Politec e Delegacia da Mulher de Tangará da Serra.
De acordo com o Gaeco, 25 agentes participaram da operação em Mato Grosso. Foram presos um diretor de escola, em Cuiabá, e um jovem de 19 anos, em Tangará da Serra. As investigações foram realizadas pelo Gaeco de São José do Rio Preto e a Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio do Deinter 5. Trata-se de uma força tarefa criada entre as instituições e que contou com o apoio da Agência de Investigação Interna (Homeland Security Investigations – HSI) e da Embaixada dos Estados Unidos, com foco no combate à exploração sexual infantil na internet.
Com o avanço das investigações foi possível descobrir a existência de um número muito expressivo de criminosos que, dissimulando o fato de serem adultos, entram em contato com as crianças e adolescentes, por meio de variados tipos de plataformas digitais, para induzi-las a produzir conteúdo de nudez, e até mesmo de sexo, com a finalidade de consumir o material produzido e depois distribui-lo em grupos fechados de troca de mensagens, como o Telegram, o Instagram, o Signal e o WhatsApp, inclusive em jogos como o Roblox.
O nome da operação – Operação Lobo Mau –faz referência justamente ao criminoso predador sexual que se esconde atrás de uma fachada de normalidade para se aproximar da vítima, ganhar a confiança dela e depois atacá-la, situação que é potencializada enormemente no ambiente virtual, onde as pessoas não se veem.
Estão sendo cumpridos 94 mandados de busca e um de prisão em 20 Estados da federação e no Distrito Federal e a operação mobilizou equipes especializadas das Polícias Civis e dos Ministérios Públicos do Acre, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul e Sergipe. Também contou com a participação das Polícias Militares dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.
Dispositivos eletrônicos e outros equipamentos utilizados para a produção e armazenamento do conteúdo estão sendo apreendidos para análise forense e as autoridades esperam que a ação contribua para a identificação de outros envolvidos na rede, além de reforçar a necessidade de atuação conjunta, e contínua, no combate a esse tipo de crime.