PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), deflagrou na manhã desta quinta-feira (31) a "Operação Alta Frequência". O objetivo é desarticular um esquema de tráfico de drogas que utilizava encomendas disfarçadas como produtos legais para distribuição de entorpecentes. Foram emitidos dois mandados de busca e apreensão e um de sequestro de bem móvel na cidade de Pontes e Lacerda, enquanto outras ordens judiciais são executadas em Cuiabá.
A operação envolve o cumprimento de 12 ordens judiciais, incluindo seis mandados de busca e apreensão, cinco de bloqueio de bens, e um de sequestro de bem móvel. As ordens foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá, com base nas investigações da DRE. Entre os investigados está um ex-policial militar, recentemente expulso da corporação, que agora responderá por crimes de tráfico de drogas, associação criminosa, falsidade ideológica e lavagem de capitais.
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A operação visa desmantelar um esquema de tráfico de drogas voltado para "usuários diferenciados", com foco na distribuição de maconha e drogas sintéticas em Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso. As ações incluem a identificação dos envolvidos, o bloqueio de seus bens e a prisão de suspeitos.
Investigação da DRE
Essa operação é um desdobramento de uma investigação que começou em 2024 pela equipe da DRE, após a apreensão de uma estufa de maconha no bairro Jardim Leblon, em janeiro. Em maio, essa investigação avançou com a apreensão de uma grande quantidade de drogas no bairro Santa Amália, onde um casal foi preso em flagrante por tráfico de entorpecentes. Na ocasião, enquanto a equipe cumpria um mandado de busca e apreensão, o investigado chegou ao local com uma encomenda contendo alto-falantes recheados com aproximadamente 200 gramas de flor de maconha. Além disso, foram apreendidos doces com maconha, MDA (metanfetamina), cogumelos alucinógenos, balanças de precisão e outros itens usados para o tráfico.
As investigações revelaram que as drogas eram enviadas disfarçadas em encomendas lícitas, como equipamentos de som automotivo, para distribuir em Cuiabá e abastecer traficantes da região. O delegado André Rigonato, responsável pelo caso, afirmou que o trabalho continua com o objetivo de identificar todos os envolvidos e expandir a apuração das conexões do grupo criminoso.
Para garantir o sucesso da operação, a Polícia Civil de Mato Grosso mobilizou diversas unidades especializadas: a Gerência de Operações Especiais (GOE), a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), a Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), além da Diretoria de Atividades Especiais e da Delegacia Regional de Pontes e Lacerda.
Alta Frequência
A operação foi batizada de Alta Frequência, fazendo alusão ao método utilizado pelo grupo criminoso para dissimular o tráfico. Drogas foram escondidas em caixas de som amplificadoras, ilustrando o esquema que facilitava o transporte dos entorpecentes de forma disfarçada. Essa estratégia, além de camuflar a natureza das encomendas, tornava mais difícil a identificação do conteúdo ilícito, destacando a complexidade e a organização do grupo.