PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta quinta-feira (17), a Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), em apoio a Operação Dígito 8, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal, cumpriu um mandado de busca e apreensão domiciliar na residência do secretário de finanças do município de Acorizal (MT). As ordens judiciais foram expedidas pela Terceira Vara criminal de Brasília, tendo como alvo dos mandados de busca e apreensão residências e gabinetes de secretários de finanças. Entre os crimes investigados estão invasão de dispositivo eletrônico, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A operação coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal conta com apoio das Polícias Civis de São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Amapá, Goiás e Rio Janeiro, para cumprimento de 10 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão, em nove estados e no DF.
Em Mato Grosso, durante o cumprimento das buscas na residência do servidor municipal, foi localizado dentro do guarda-roupas de um dos quartos, um revólver calibre 22, com oito munições intactas, além de seis munições calibre 38 e uma calibre 50 que estavam em uma cômoda em outro quarto.
Investigações
Deflagrada pela Polícia Civil do DF, por meio da Delegacia de Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, a Operação Digito 8 reapresenta uma das mais significativas operações contra crimes cibernéticos e lavagem de dinheiro no Brasil, desarticulando um esquema de fraudes em pagamentos de guias de arrecadação via QR Code PIX, explorando uma vulnerabilidade do sistema bancário.
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A atividade criminosa ocorreu entre os dias 7 a 31 de janeiro de 2023. Durante esse período, os investigados inseriram códigos de barras de guias válidas, mas adulteraram o QR Code PIX para valores significativamente menores, causando um prejuízo de R$ 21 milhões.
As investigações apontaram que fraude foi orquestrada por quatro núcleos distintos: Núcleo Operacional, responsável por explorar a vulnerabilidade e efetuar os pagamentos; Núcleo de Prefeituras, atuava na emissão das guias fraudulentas e repasse das verbas (Prefeituras de Morros (MA), Ubaitaba (BA), Serra do Navio(AP), Jacinto (MG), e Acorizal (MT) estiveram envolvidas); Núcleo de Intermediadores, facilitou a comunicação entre o núcleo operacional e as prefeituras; Núcleo Financeiro, utilizou empresas para permitir a retirada dos recursos ilícitos das contas das prefeituras.
Durante a investigação, foram obtidos registros dos investigados comemorando o sucesso da fraude em festas em Goiânia (GO), ostentando carros importados e viagens para destinos luxuosos pelo país.
Dígito 8
O nome da operação faz referência à espécie de guia utilizada pelos criminosos para subtrair dinheiro da instituição financeira.