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Polícia Sexta-feira, 30 de Maio de 2025, 09:25 - A | A

30 de Maio de 2025, 09h:25 A- A+

Polícia / OPERAÇÂO SISAMNES

PF investiga rede de vazamento de informações e corrupção no Tocantins; prefeito de Palmas é um dos alvos

Operação mira esquema de repasse clandestino de dados sigilosos que envolvem investigações do STJ; entre os investigados estão políticos e autoridades do estado

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (30) a 9ª fase da Operação Sisamnes, que investiga um esquema nacional de venda de sentenças judiciais e vazamento de informações sigilosas. As diligências foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e têm entre os alvos o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos).

As investigações apontam a existência de um esquema estruturado para monitorar e repassar, de forma clandestina, informações confidenciais que acabavam comprometendo o sucesso de operações policiais. Segundo a PF, o vazamento permitia que investigados tivessem acesso antecipado a medidas judiciais, o que levava à frustração de ações e à ocultação de provas.

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Nesta fase da operação, estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão em Palmas (TO). Além disso, dois investigados tiveram medidas cautelares impostas, incluindo a proibição de manter contato entre si e de deixar o país, com o recolhimento imediato de seus passaportes. Segundo informações do portal G1, as autoridades ainda não detalharam o papel do prefeito Eduardo Siqueira Campos no suposto esquema.

A Operação Sisamnes investiga crimes como obstrução de Justiça, corrupção ativa e passiva e violação de sigilo funcional. Em uma fase anterior, realizada em março, o advogado Thiago Marcos Barbosa - sobrinho do governador Wanderlei Barbosa - foi preso. O nome do governador chegou a ser citado na decisão do STF, mas ele não é investigado.

Na ocasião, o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, do Ministério Público do Tocantins (MPTO), também foi alvo de mandado de busca.

A PF afirma que as ações criminosas envolviam autoridades públicas com acesso a investigações sensíveis, que eram indevidamente exploradas para favorecer terceiros.

A Operação Sisamnes continua em andamento e é tratada como prioridade pela Polícia Federal devido ao risco institucional e à gravidade dos crimes investigados.

"Comando C4" - 7ª fase da Operação Sisamnes no MT

Dois dias antes, na quarta-feira (28), a Polícia Federal prendeu cinco pessoas suspeitas de integrar um grupo especializado em espionagem e homicídios por encomenda, durante a 7ª fase da Operação Sisamnes. A ação teve como foco a apuração dos mandantes e executores do assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT), e a desarticulação do “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos — com mandados cumpridos em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), contra os principais suspeitos:

  • Aníbal Manoel Laurindo, produtor rural, apontado como mandante do crime;

  • Coronel Luiz Cacadini, suspeito de financiar o assassinato;

  • Antônio Gomes da Silva, suposto executor dos disparos;

  • Hedilerson Barbosa, intermediador do crime e dono da arma usada;

  • Gilberto Louzada da Silva, também investigado por participação na execução.

Durante a ação, os agentes apreenderam planilhas que detalhavam valores cobrados por serviços de vigilância ilegal, com alvos que incluíam parlamentares, membros do Judiciário e integrantes do Executivo. A PF ainda apura se esses serviços chegaram a ser efetivamente contratados e executados.

Batizada em referência a um juiz persa da Antiguidade punido por corrupção, a Operação Sisamnes continua expondo a amplitude e a complexidade de uma organização criminosa com possíveis ramificações nos três Poderes da República.

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