PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta quinta-feira (31), a Polícia Civil de Mato Grosso, através da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, deflagrou a Operação Cleópatra que visa desmantelar um esquema de pirâmide financeira que prejudicou diversas vítimas em Cuiabá e cidades próximas. Na ação, foram emitidos mandados para busca e apreensão, prisão preventiva, bloqueio de bens e suspensão de atividades de empresas envolvidas, com o cumprimento nas cidades de Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis e Sinop.
A investigação aponta que o esquema era liderado por uma empresária que se autodenominava especialista em investimentos. Além dela, outros envolvidos no esquema incluem um médico e um ex-policial federal, que juntos são acusados de crimes como violação da economia popular, infrações contra as relações de consumo, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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A empresária, proprietária da empresa DT Investimentos, criou uma fachada atraente nas redes sociais para atrair vítimas, promovendo-se como uma jovem e bem-sucedida especialista em investimentos. Com promessas de retornos financeiros altíssimos, entre 2% e 6% diários, a empresária convencera muitos a investir valores iniciais elevados, muitas vezes acima de R$ 100 mil. Esse esquema de pirâmide aparentava ser rentável no início, com os primeiros pagamentos feitos aos investidores para ganhar credibilidade. No entanto, os pagamentos cessaram, e os investidores, ao buscarem explicações ou solicitar a devolução de seus investimentos, foram deixados sem resposta.
O esquema era orquestrado em conjunto com um ex-policial federal, que já foi casado com a empresária e atuava como gestor de negócios da DT Investimentos, e um médico que exercia a função de diretor administrativo. Esse trio operava com sofisticação, explorando o laço de confiança, ao ponto de envolver amigos e familiares, que também acabaram financeiramente lesados. A atuação do grupo provocou severas consequências financeiras e emocionais às vítimas, que viram seus planos familiares ruírem diante da fraude.
Com base nos elementos apurados nas investigações do inquérito policial instaurado na Delegacia do Consumidor, o delegado Rogério Ferreira representou pelas ordens judiciais contra os investigados, que foram deferidas pela Justiça e cumpridas na manhã desta quinta-feira (31).
A empresária, principal responsável pelo esquema, teve o mandado de prisão cumprido no aeroporto de Sinop, quando desembarcava de uma viagem que fazia para o nordeste do país.
As buscas resultaram na apreensão de uma caminhonete Ford Ranger e de diversos documentos que serão analisados na continuidade das investigações. Na casa da empresária, foi apreendida uma caixa com várias folhas de cheques de altos valores e também munições pertencentes ao atual companheiro da investigada, que será conduzido à Delegacia de Sinop, onde será autuado em flagrante por posse ilegal de munições.
Segundo o delegado da Decon, Rogério Ferreira, até o momento os prejuízos às vítimas chegam a casa dos R$ 2,5 milhões, porém pode ser muito superior a esse valor, uma vez que certamente há outras vítimas que não registraram a ocorrência.
O nome "Cleópatra" para a operação foi inspirado na principal investigada, cuja personalidade e habilidades comunicativas lembram a rainha do Egito. Assim como a figura histórica, a empresária utilizava charme, aparência sofisticada e uma imagem de sucesso para influenciar e atrair investidores. Essa estratégia ajudou a construir uma fachada de confiança e expertise, que, ao lado das promessas de lucro fácil, levou dezenas de pessoas a confiar grandes quantias no esquema.
