PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Na manhã desta quarta-feira (25), a Operação Venditio Fumi foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Estelionatos e Outras Fraudes de Cuiabá, visando desmascarar e combater esquemas fraudulentos relacionadas à venda de imóveis que oferecem uma "venda ilusória" aos compradores e vendedores desavisados. Os policiais civis cumpriram nove mandados de busca nas cidades de Cuiabá e Santo Antônio de Leverger, no Mato Grosso. Além disso, a operação inclui o sequestro de bens e a indisponibilidade de valores dos suspeitos, que estão sendo investigados por estelionato e lavagem de dinheiro. Essa ação é parte do esforço das autoridades para desarticular redes de golpistas que atuam como falsos intermediários na venda de imóveis.
A investigação da Delegacia de Estelionatos começou após uma vítima relatar ter anunciado a venda de um apartamento no portal OLX por R$ 170 mil. Após o anúncio, um interessado manifestou interesse, mas acabou desistindo e pediu uma comissão ao proprietário, alegando que tinha um comprador.
O suposto comprador visitou o imóvel e, ao conversar com o proprietário, foi informado de que o apartamento estava reservado para um intermediário identificado pela Polícia Civil como D.O.M. Essa situação levantou suspeitas e levou à investigação, revelando um esquema de fraude envolvendo a venda de imóveis.
Assim, o proprietário do imóvel fez uma procuração que possibilitou a transação e o comprador pagou R$ 5 mil para a imobiliária como sinal da reserva do apartamento.
Na data acordada para a assinatura no cartório, o dono do imóvel exigiu que o então comprador transferisse o valor à imobiliária responsável pela venda para concretizar a documentação. Em seguida, a maior parte do valor transferido, R$ 91.561,28, foi destinado pela imobiliária à conta de uma mulher, que a Polícia Civil descobriu ser companheira do golpista que demonstrou interesse inicial no apartamento.
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Enquanto o dono e o comprador do apartamento aguardavam a confirmação do recebimento do dinheiro por D.O.M., este não manteve mais contato e nem atendeu as ligações.
Nas diligências realizadas pela Delegacia de Estelionatos, a equipe policial conseguiu contato com o verdadeiro D.O.M., que informou que seus documentos, que foram extraviados no ano passado, são utilizados por criminosos na aplicação de golpes.
Diante as informações apuradas, a unidade policial identificou a conta que recebeu os R$ 91 mil pagos pela vítima da compra do apartamento, assim como as outras contas bancárias dos destinatários que receberam a repartição dos valores.
O delegado Jean Paulo Nascimento, responsável pela investigação, explica que o golpe do intermediário na venda de imóveis é um dos mais recorrentes e os criminosos criam uma ilusão de venda vantajosa para as vítimas.
Ele destaca ainda que os indícios reunidos apontam que os alvos da operação estão, possivelmente, vinculados a uma facção criminosa de atuação violenta e contínua no estado, envolvida em crimes de variadas espécies. “E utilizam os meios eletrônicos na aplicação das ações ilícitas', pontuou o delegado.
Vender fumaça
O nome da operação Venditio Fumi reflete bem o foco da investigação. "Venditio" significa "venda", enquanto "Fumi" traduz-se como "fumaça", evocando a expressão popular "vender fumaça". Essa expressão é utilizada para descrever algo enganoso ou sem substância, capturando a essência do golpe do falso intermediário nas vendas de imóveis.