ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Sob a dura realidade da Avenida Contorno Leste, famílias despejadas buscam abrigo debaixo de uma ponte. É um cenário que parte o coração, principalmente porque estas pessoas, incluindo crianças, não têm onde para onde ir. A notificação sobre a retirada das famílias chegou na noite deste domingo (10). Confira os vídeos no final desta matéria.
Eles estão no local há cerca de um ano e quatro meses e muitos já construíram casas de alvenaria. Uma pessoa idosa foi atingida por uma bala de borracha e passou mal e que uma criança de 4 anos se perdeu da mãe durante a confusão, de acordo com a Associação Brasil Sem Teto.
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Durante a retirada das pessoas, a Polícia Militar usou balas de borracha e spray de pimenta, porém os moradores continuam oferecendo resistência e tentam impedir o avanço da desocupação colocando pneus e madeiras para atrapalhar a passagem.
Uma moradora do Brasil sem Teto 21, tirou sua própria vida ao presenciar a demolição de sua casa.
Aos Policiais Militares as famílias com crianças pequenas e idosos questionam a equipe policial: "Vamos embora para onde? Não temos aonde ir?".
Diante dessa triste realidade, deputados e partidos estão se unindo ao povo em solidariedade às famílias da ocupação do Brasil 21 contorno leste, motivados pela convicção de que o direito à moradia digna é fundamental e deve ser protegido a todo custo.
Já o deputado estadual Wilson Santos (PSB) acabou sendo baleado com bala de borracha na manhã na desocupação de uma área no Contorno Leste, entre os bairros Osmar Cabral e Dr. Fábio. O tucano tentava intermediar a situação entre as 500 famílias que moram na área conhecida como Brasil 21 e a Polícia Militar, que cumpre a ordem de desocupação. "Conversamos com o tenente coronel Edilson para aguardar até às 14 horas".
Apresentamos a proposta para a comunidade, 90% de acordo, mas depois ele voltou atrás. Fizemos a lista com os moradores responsáveis pelo acordo e ele não cumpriu a palavra", afirmou Wilson em vídeo divulgados nas redes sociais. É crucial que as autoridades públicas compreendam a urgência dessa situação. Cada família despejada não é apenas uma estatística; são vidas reais enfrentando uma crise habitacional devastadora.
A Associação Brasil Sem Teto, lamenta a triste imagem dessas famílias debaixo da ponte pede por empatia e ação. Não podemos permitir que a moradia, um direito básico, seja negligenciada. Essas famílias merecem mais do que o frio concreto sob uma estrutura de concreto. Precisamos do poder público a agir com rapidez e humanidade, oferecendo soluções justas e imediatas. Juntos, podemos transformar essa realidade dolorosa em um apelo coletivo por um futuro onde todos possam desfrutar de moradias dignas.
Os ocupantes denunciam a ação violenta da Polícia Militar na desocupação, exibindo situações como portas arrombadas e o uso de spray de pimenta, mesmo na presença de crianças. Entre os moradores do local, há brasileiros, venezuelanos e haitianos.
Nem a Prefeitura de Cuiabá e nem o Governo do Estado se manifestaram até o presente momento sobre o despejo dos moradores por determinação judicial.