PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O empresário Francismar Fernandes da Silva, de 36 anos, apontado pela Polícia Civil de Goiás como responsável por colocar uma câmera escondida no banheiro de uma casa em Anápolis (GO), de propriedade dele, que estava alugada para uma outra família, foi filmado pelo equipamento que ele mesmo havia instalado.
O flagra ocorreu em fevereiro deste ano, quando Francismar, entrou no imóvel para ajustar o ângulo da filmadora. A casa estava alugada para uma família havia cerca de duas semanas.
O empresário foi preso pela Polícia de Goiás na última sexta-feira (19) acusado de ter colocado uma câmera escondida dentro do banheiro casa alugada por ele. A princípio, ele será indiciado por invasão de domicílio e pelo registro de imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. Entretanto, caso seja comprovado que ele compartilhava esses conteúdos gravados, ele pode responder por mais crimes.
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Prova do crime
Conforme as imagens do vídeo no final do texto, que captou o momento que Francismar estava mexendo no equipamento. Alguns instantes depois, uma das moradoras de casa, uma adolescente de 16 anos, percebe a movimentação e vai ao banheiro ver o que está acontecendo.
Ela questiona o empresário. No vídeo, é possível perceber que há uma discussão, mas não dá para entender o que é conversado.
Os registros da câmera batem com o que foi relatado pela família à polícia em depoimento. A jovem disse que, no dia do flagra, não havia ido à escola por não estar se sentindo bem. Pela manhã, ela acordou com o barulho do cachorro latindo em direção ao banheiro. A garota foi até lá e flagrou Francismar.
"Ele deu uma desculpa qualquer, disse que o sistema havia caído, e logo em seguida fugiu bem nervoso”, disse a delegada Aline Lopes, da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Anápolis.
Reprodução
Assim que Francismar deixou o local, a garota notou que havia algo diferente na tomada. Mais tarde, quando os pais dela viram a tomada, descobriram que havia uma câmera posicionada na direção ao box onde a família tomava banho. A família acionou a polícia que, após perícia, confirmou que se tratava de um equipamento de filmagem.
De acordo com as investigações, a câmera ficou no imóvel por aproximadamente 15 dias.
A delegada afirma que, cerca de quatro dias depois de a família ter se mudado para lá, Francismar pediu para ir ao local, alegando que precisaria verificar as câmeras de segurança da casa.
Nesse dia, diz a delegada, o proprietário do imóvel pediu para usar o banheiro. A locatária ofereceu a ele um banheiro em uma parte externa do imóvel. “Mas ele insistiu, falou: ‘Não, pode ser esse banheiro aqui mesmo’. Esse banheiro ficava no interior da casa, pois ele sabia que os moradores utilizariam aquele banheiro para tomar banho.”
Fracismar teria permanecido no banheiro por cerca de dez minutos. “Nós acreditamos que foi nessa oportunidade, após a família já está morando naquela residência, que ele instalou com essa câmera”, acrescenta Aline.
