LUANA VIANA
DO METRÓPOLES
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, ao defender a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano de confirmar a reeleição de Nicolás Maduro, usou o Brasil como exemplo e mandou recado a Celso Amorim, assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Assim como a maioria das potências mundiais, o Brasil não reconheceu a reeleição de Maduro.
“É importante dizer que a sentença do TSJ não é apenas na Venezuela onde está a jurisdição superior da sala eleitoral, mas também no Brasil – ouviu, senhor Celso Amorim? –, no México, nos Estados Unidos da América e no mundo inteiro. Há uma jurisdição superior”, afirmou.
Segundo os resultados das Cortes, o presidente Nicolás Maduro venceu o pleito com 51,95% dos votos válidos, equanto a oposição obteve 43,18% com Edmundo González.
Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL
A Suprema Corte, considerada aliada de Maduro no Judiciário, referendou, 25 dias depois da eleição, o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que confirmava a vitória de Maduro contra o candidato de oposição.
O CNE é o equivalente à Justiça eleitoral do país.
Conselho da ONU diz que Gonzáles é presidente
A missão do Conselho de Direitos Humanos da ONU apontou, nessa quinta-feira (23/8), que o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela e o CNE são imparciais e respondem aos anseios do governo Maduro.
Uma equipe de observadores da ONU que observou a eleição na Venezuela, dia 28 de julho, afirmou haver segurança de que o vencedor do pleito foi Edmundo Gonzáles.
A decisão que referenda o resultado do pleito após 25 dias acontece depois de uma suposta auditoria das atas eleitorais. A oposição afirmou que não reconhecia o resultado divulgado pelo TSJ e diz que González foi o vencedor da eleição.
O referendo do TSJ, na Venezuela, é irreversível e “inapelável”. O órgão ainda proibiu a divulgação das atas.
O Tribunal entendeu que o candidato da oposição, Edmundo González, está sujeito a sanções por cometer “desacato à Justiça”, pois não compareceu a audiências convocadas pelo Judiciário depois da eleição.
A líder da oposição, María Corina Machado, e o candidato oposicionista Edmundo González questionaram a decisão de referendar a vitória de Maduro.
“O país e o mundo conhecem sua parcialidade [do TSJ] e, por extensão, sua incapacidade de resolver o conflito; sua decisão só agravará a crise”, escreveu González em sua rede social.