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Ex-assessora revela que Trump pediu a ela que negasse caso com atriz pornô

Hope Hicks testemunhou na sexta-feira (3) diante do júri em Nova York

JACK QUEEN, BRENDAN PIERSON, ANDY SULLIVAN
DA REUTERS

Hope Hicks, uma importante ex-assessora de Donald Trump, disse em depoimento, nesta sexta-feira (3), que, nos últimos dias da campanha presidencial de 2016, Trump lhe disse para negar que ele teve uma relação sexual com a estrela pornô Stormy Daniels.

O depoimento de Hicks deu aos jurados uma visão interna das tentativas de controle de danos quando, por diversas vezes, Trump foi acusado de conduta sexual inadequada nas semanas finais da sua campanha pela Casa Branca em que saiu vitorioso.

Trump se declarou inocente das 34 acusações de ter falsificado registros comerciais para acobertar um pagamento de 130 mil dólares para Daniels, que ameaçava ir a público com sua história sobre o encontro sexual entre eles em 2006.

Em depoimento, Hicks afirmou que disse a Trump, quatro dias antes de 8 de novembro de 2016, dia da eleição, que o Wall Street Journal publicaria detalhes da história sobre Daniels.

“Ele queria garantir que qualquer tipo de relação fosse negado”, disse Hicks, que foi secretária de imprensa da campanha.

Ela afirmou que Trump não queria que a esposa, Melania Trump, visse a reportagem, que também incluiu acusações de que ele teve um caso com a ex-modelo da Playboy Karen McDougal. Trump negou ter se relacionado com as duas mulheres.

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“Ele estava preocupado sobre como isso seria visto pela sua esposa e queria que eu garantisse que os jornais não fossem entregues à residência naquela manhã”, disse Hicks.

Os promotores do primeiro julgamento criminal de um ex-presidente dos EUA argumentaram que o pagamento a Daniels corrompeu a eleição por suprimir notícias que poderiam ter influenciado os eleitores que, à época, decidiam entre apoiar o republicano Trump ou Hillary Clinton, sua adversária democrata.

Os promotores afirmam que Trump falsificou registros para acobertar violações de leis eleitorais e fiscais, que podem render ao republicano uma pena de até quatro anos de prisão.

O depoimento de Hicks pode ajudar a defesa do ex-presidente a argumentar que ele pagou Daniels para evitar que a esposa, e não os eleitores, ouvissem as alegações da estrela de filmes adultos.

Segundo Hicks, Trump disse que Michael Cohen, então advogado pessoal do republicano, pagou a atriz pornô para “protegê-lo de uma alegação falsa” e por “bondade do seu coração”.

Hicks afirmou que achou estranho. “Eu não conhecia Michael como uma pessoa especialmente caridosa ou altruísta”, testemunhou. A ex-assessora se emocionou brevemente durante o depoimento.

Trump, o candidato republicano à presidência novamente este ano, ficou sentado no banco dos réus sem expressão durante o depoimento da ex-assessora, que foi a primeira pessoa a aparecer como testemunha e que trabalhou na campanha em 2016, no julgamento que já dura 11 dias.

Os 12 jurados e os seis suplentes ainda não ouviram os principais atores no caso, incluindo a atriz Stormy Daniels e o antigo advogado de Trump, Michael Cohen, que organizou o pagamento.

Mais cedo, o juiz que preside o julgamento, disse ao ex-presidente que a ordem de silêncio imposta a comentários sobre testemunhas e jurados não o impediria de testemunhar, desmentindo o que Trump havia dito aos repórteres na quinta-feira (2).

“Quero enfatizar ao sr. Trump: o senhor tem o direito absoluto de testemunhar no julgamento”, disse o juiz Juan Merchan.

O republicano disse que sua equipe jurídica tentaria anular a ordem de silêncio, que o proíbe de fazer comentários públicos sobre jurados, testemunhas, familiares do juiz e dos promotores se essas declarações tiverem o objetivo de interferir no caso.

Merchan multou Trump em 9 mil dólares na terça-feira (30) por violar a ordem e sinalizou na quinta-feira que pode impor mais multas pelo que os promotores dizem ser outras violações. Merchan disse que Trump poderia ser preso se não mudasse seu comportamento.

Trump afirma que o caso é uma tentativa dos democratas de prejudicar suas chances de derrotar o presidente democrata Joe Biden na eleição presidencial de 5 de novembro.

O caso inclui acusações de adultério e subornos, mas é amplamente considerado como menos grave do que os outros três processos criminais que Trump deve enfrentar.

Os outros processos o acusam de tentar reverter sua derrota presidencial em 2020 e de ter manipulado incorretamente documentos confidenciais depois de deixar o cargo. Trump declarou-se inocente de todas essas acusações.

Ainda assim, um veredito de culpado poderia prejudicar a candidatura presidencial de Trump, segundo pesquisas Reuters/Ipsos.

 

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