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15 de Janeiro de 2024, 12h:06 A- A+

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Após um ano de crise, Americanas demitiu 10 mil colaboradores e perdeu espaço no e-commerce

A companhia fechou uma loja a cada três dias, demitiu mais de 10.600 colaboradores e perdeu 93% de valor de mercado, caindo de aproximadamente R$ 11 bilhões para R$ 785 milhões

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Conforme dados do levantamento realizado pelo BTG Pactual, que compilou as visitas recebidas pelas sete maiores plataformas de e-commerces em operação no Brasil, após ser declarada a fraude contábil que afetou a rede varejista Americanas, estimado em R$ 25,2 bilhões ao final de 2022, a empresa se tornou a rede de varejo menor em sua operação física e saiu das primeiras posições entre as empresas mais acessadas no e-commerce, passando a ocupar o 6º lugar no ranking. O exercício de 2022 foi fechado com prejuízo de quase R$ 13 bilhões, enquanto o patrimônio líquido foi negativo em R$ 26,7 bilhões e a dívida líquida chegou a R$ 26,3 bilhões.

A companhia fechou uma loja a cada três dias, demitiu mais de 10.600 colaboradores e perdeu 93% de valor de mercado, caindo de aproximadamente R$ 11 bilhões para R$ 785 milhões.

O número de clientes ativos da Americanas caiu para 41,56 milhões em novembro de 2023, contra 49,12 milhões em dezembro de 2022. Foram 7,5 milhões de clientes perdidos, com uma queda de 15,4%. Já a base de lojas da varejista encolheu 6,5% no período, saindo de 1.882 unidades para 1.759. Além disso, foram fechados mais pontos de venda no final de dezembro, chegando a 1.754 operações pelo país.

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No dia 11 de janeiro de 2023, quando revelou as "inconsistências contábeis", a apresentação de 31 páginas reconstitui como se deu a fraude, feita por meio do "risco sacado", um tipo de empréstimo com os bancos. A rede de varejo foi vítima de uma "fraude sofisticada, baseada na manipulação dolosa de seus controles internos por parte de sua antiga gestão.

Para avaliar os impactos da fraude na rede, a nova gestão declarou que fará em uma próxima etapa a reapresentação dos resultados trimestrais de 2022. Também fará uma reavaliação dos efeitos fiscais da fraude retroativa há 5 anos. Após revistar os balanços de 2021 e 2022, a Americanas informou que não fará a revisão de resultados anuais antes de 2021 e a revisão de resultados trimestrais antes do primeiro trimestre de 2022.

Para o advogado e especialista em Direito Bancário, Fabiano Jantalia, uma das coisas que mais chama a atenção do mercado nesse episódio é, “além das práticas contábeis supostamente inadequadas ou fraudulentas”, a atuação das empresas de auditoria envolvidas. “Diante do tamanho dessas fraudes, é virtualmente impossível que uma auditoria independente não tenha verificado ao menos indícios de uma prática contábil inadequada numa empresa tão grande quanto as Americanas”, opina.

Até 31 de dezembro de 2023, a rede Americanas somava 32.486 colaboradores sob o regime CLT, contra 43.123 em janeiro, um dia após ter anunciado as “inconsistências contábeis”, o que representa uma redução de 25%. Já em números de lojas, eram 1.880 em janeiro de 2022. Atualmente, são 1.754 unidades. No e-commerce, a empresa chegou a ter apenas 4,3% das vendas pela internet no Brasil.

Reestruturação

Em processo de recuperação judicial, a Americanas afirma que vai gerar caixa a partir de 2025. O plano, aprovado por 97,19% dos credores em dezembro, prevê a capitalização de R$ 24 bilhões, sendo R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência e outros R$ 12 bilhões em conversão de dívida pelos credores.

“Este acordo é um marco importante de nosso processo de recuperação judicial e um significativo progresso da Americanas no caminho para a nossa meta de emergir como uma empresa mais forte, mais competitiva”, comentou Leonardo Coelho, CEO da companhia.

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