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Esportes Terça-feira, 10 de Setembro de 2024, 08:20 - A | A

10 de Setembro de 2024, 08h:20 A- A+

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Brasil é recordista nas Paralimpíadas com 89 medalhas e se consolida no topo

89 medalhas, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze: a melhor campanha da história inscreve o Brasil entre as cinco maiores potências em Jogos Paralímpicos. Bolsa Atleta faz parte dessas conquistas

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

Neste domingo, as equipes brasileiras que disputaram os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 confirmaram o que desde o dia anterior já se desenhava: o Brasil consolida a quinta posição entres os países participantes, registra sua melhor campanha em todos os tempos e se consolida de vez como potência internacional no esporte paralímpico.

Essa história é feita de muitos heróis e muitas heroínas, de trajetórias de vida inspiradoras, de trabalho em equipe e, também, de planejamento e apoio público. A delegação verde-amarela teve o suporte de programas como o Bolsa Atleta.

No último dia de competições, novas estrelas. Até sábado, o Brasil disputava com a Itália quem ficaria em quinto lugar na classificação geral. Duas novas medalhas de ouro, uma na canoagem e outra no atletismo, além de uma prata também na canoagem, selaram o quinto lugar na classificação geral. A melhor campanha, antes de Paris, tinha sido conquistada em Tóquio 2021, com 22 medalhas de ouro e um total de 72 pódios, fechando na sétima posição. 

O sul-mato-grossense Fernando Rufino, 39, e a carioca Tayana Medeiros, 31, brilharam este domingo e conquistaram medalhas de ouro. O canoísta venceu a prova dos 200m, na classe VL2 (usa tronco e braços na remada), em prova com dobradinha brasileira – a prata ficou com o paranaense Igor Tofalini, 41.

Fernando completou a prova em 50s47, melhor tempo na história dos Jogos, conquistando o bicampeonato paralímpico – ele foi ouro na mesma prova em Tóquio 2020. Tofalini fez 51s78 e ficou com o segundo lugar, em chegada emocionante contra o estadunidense Blake Haxton, que ficou com o bronze, completando o pódio, com o tempo de 51s81.

Fernando e Igor dominaram a prova da canoa individual 200m desde Tóquio 2020. Nos últimos três Mundiais, fizeram a dobradinha. Em Halifax 2022, Igor foi ouro e Fernando ficou com a prata. Em Duisburg 2023, e em Szeged 2024, as posições se inverteram, com o sul-mato-grossense ficando com o título, e o paranaense com o vice.

Fernando e Igor eram peões de rodeio. O sul-mato-grossense foi atropelado por um ônibus e perdeu parcialmente o movimento das pernas; depois, começou na canoagem.

O paranaense caiu de um touro e levou um pisão do animal nas costas, ficando paraplégico. Depois, ele conheceu a canoagem.

Halterofilismo

A carioca Tayana Medeiros conquistou a medalha de ouro na categoria até 86kg do halterofilismo nos Jogos Paralímpicos de Paris. Ela levantou 156kg, bateu o recorde paralímpico e ganhou sua primeira medalha no megaevento. O halterofilismo é uma das modalidades que fecha o programa desta edição dos Jogos neste domingo.

Tayana tinha como melhor levantamento 147kg nas três primeiras tentativas. Mas na quarta tentativa conseguiu levantar 156kg e ultrapassar a chinesa Feifei Zheng, que havia levantado 155kg e ficou com a prata. O bronze ficou com a chilena Marion Alejandra Serrano, com a marca de 134kg.

A atleta teve ótimos resultados recentes. Ganhou o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; a prata na equipe feminina no Mundial de Dubai 2023; a prata na Copa do Mundo de Dubai 2022, e outra prata por equipes mistas na etapa de Tbilisi da Copa do Mundo 2021.

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Tayana é nascida e criada no Morro da Fé, uma das favelas do Complexo da Penha, no Rio. Ela nasceu com uma doença chamada artrogripose, que comprometeu o movimento de suas pernas. Conheceu o halterofilismo depois de um evento da modalidade antes dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e se apaixonou pelo esporte.

Essa foi a quarta medalha do Brasil no halterofilismo em Paris 2024. Mariana D’Andrea foi ouro na categoria até 73kg, Lara Lima bronze na categoria até 41kg, e Maria Fátima de Castro bronze na categoria até 67kg.

Maratona

O Brasil terminou sua participação no atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, neste domingo, com a presença de três maratonistas no coração da capital francesa.

Duas brasileiras participaram da maratona classe T54 (cadeirantes). A paranaense Aline Rocha terminou na oitava posição (1h53min54), enquanto a paulista Vanessa Cristina ficou na 10ª colocação (1h56min33).

A baiana Edneusa Santos também cruzou a linha de chegada na Esplanada dos Inválidos. Pela classe T12 (deficiência visual), a atleta e seu guia Alessandro de Souza terminaram a prova em 3h17min40s. Como duas adversárias foram desclassificadas, Edneusa ficou na quinta colocação.

Confira os resultados dos brasileiros neste domingo, 8 de setembro:

Atletismo – Local: Les Invalides (chegada)
3h15 – Vanessa Cristina e Aline Rocha – maratona (T54) – Aline em 8º e Vanessa em 10º
3h30 – Edneusa Santos – maratona (T12) – 5º lugar

Canoagem (semifinais e finais) – Local: Vaires-sur-Marne
5h – Adriana Azevedo – 200m caiaque – KL1 – não se classificou para a final
5h42 – Aline Oliveira e Mari Santilli – 200m caiaque – KL3 – Mari 3ª na final B
6h49 – Fernando Rufino e Igor Tofalini – 200m canoa – VL2 – Fernando (ouro) e Igor (prata)

Halterofilismo – Local: Paris Expo Porte de Versailles  
4h – Mateus Assis – categoria até 107kg – 5º colocado
5h35 – Tayana Medeiros – categoria até 86kg – prata

15h30 (de Brasília) – Cerimônia de encerramento – Stade de France

 

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