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Política e Judiciário Sexta-feira, 27 de Junho de 2025, 11:14 - A | A

27 de Junho de 2025, 11h:14 A- A+

Política e Judiciário / EMENDAS SUSPEITAS

Após receber ofício de Max Russi, governador Mauro Mendes manda apurar quem vazou relatório que cita deputados

No documento, Russi cita que o relatório era sigiloso e passou a circular de forma indevida

GIORDANO TOMASELLI
DO SITE MIDIANEWS

O governador Mauro Mendes (União) determinou nesta quinta-feira (26) que a Secretaria de Estado de Segurança Pública apure com urgência o vazamento de um relatório sigiloso da Polícia Civil que cita 14 deputados estaduais supostamente envolvidos em um esquema com emendas parlamentares para a compra de kits agrícolas.

O relatório foi divulgado pelo Portal UOL citando, além dos deputados, um prefeito e um secretário de Estado como investigados por terem encaminhado emendas que que teriam sido usadas em compras superfaturadas pela Seaf (Secretaria Estadual de Agricultura Familiar). 

“Ao Secretário de Segurança, para providências urgentes para identificação do vazamento”, escreveu Mendes, de próprio punho, ao coronel César Roveri, no alto do ofício que havia recebido do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), cobrando investigações. 

No documento, Russi cita que o relatório era sigiloso e passou a circular de forma indevida, causando a exposição de parlamentares e colocando em risco a investigação e o processo legal.

“Referido documento, de natureza sigilosa e ainda sob apuração no âmbito do Ministério Público e do Poder Judiciário, passou a circular de forma indevida em canais não oficiais, acarretando a exposição de parlamentares e colocando em risco o devido processo legal, o direito à ampla defesa e o equilíbrio institucional entre os Poderes”, diz trecho do ofício enviado ao governador. 

O presidente da Assembleia também cobrou que a responsabilidade do vazamento seja apurada para evitar novos casos. “Solicitamos que sejam adotadas medidas necessárias para identificar a origem do vazamento, apurar responsabilidades e garantir que episódios dessa natureza não se repitam”, cobra Russi em outro trecho. 

O documento vazado menciona o relatório da CGE (Controladoria Geral do Estado) como a fonte que identificou os nomes dos deputados que teriam supostamente enviado emendas suspeitas.

Nesta quinta, o controlador-geral do Estado, Paulo Farias Nazareth Neto, foi à Assembleia prestar esclarecimentos e negou que o órgão tenha citado o nome de deputados estaduais. 

O caso em que os deputados foram citados foi investigado no âmbito da Operação Suserano, deflagrada pela Polícia Civil em setembro de 2024, que aponta para um suposto desvio de recursos públicos na execução de emendas parlamentares.

O prejuízo estimado aos cofres públicos poderia ultrapassar R$ 28 milhões. Todos os 14 deputados que foram mencionados na investigação da Deccor negaram envolvimento no suposto esquema. Eles também se mostraram insatisfeito com o fato de um documento sigiloso ter sido vazado para a imprensa. 

Os deputados citados são: José Eduardo Botelho (União), que na época era presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Juca do Guaraná (MDB) Cláudio Ferreira (PL), atual prefeito de Rondonópolis, Doutor João José (MDB), Alan Kardec (PSB), atual secretário de Ciência e Tecnologia da Informação, Gilberto Cattani (PL), Fabio Tardin (PSB), Julio Campos (União), Faissal Calil (Cidadania), Ondanir Bortolini (PSD), Dr. Eugênio (PSB), Wilson Santos (PSD), Thiago Silva (MDB), Dilmar Dal Bosco (União) e Carlos Avalone (PSDB).  

O deputado Diego Guimarães (Republicanos) é citado no relatório, mas não pagou emendas. 

Veja o ofício:

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