ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Em um momento no qual o Brasil enfrenta os efeitos de uma uma forte onda de calor, com seca prolongada e queimadas em diversas regiões do país, o presidente Luiz Inácio da Silva (PT), divulgou uma mensagem, nesta quinta-feira (12), convocando as nações mais ricas a cooperarem com os países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas.
Em vídeo divulgado pela Presidência da República, Lula faz um “chamado global” para a Cúpula do Futuro, que acontece nos dias 22 e 23 de setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
O evento deve contar com a presença de 130 chefes de Estado de todo o mundo, às vésperas da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 24.
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Em sua mensagem, Lula voltou a defender uma ampla reforma no Conselho de Segurança da ONU – uma demanda antiga do governo brasileiro, que pede maior representatividade e diversidade nas instâncias decisórias globais.
Segundo Lula, “o Brasil está dando novo impulso à reforma da governança global na sua presidência do G20 [grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana]”. “Mas esse debate também precisa ser travado na ONU, o fórum mais inclusivo de todos”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente brasileiro, “o Conselho de Segurança precisa ampliar sua composição nas duas categorias de membros, permanentes e não permanentes”.
“O cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável requer que o Banco Mundial e o FMI [Fundo Monetário Internacional] atendam melhor às necessidades do Sul Global. Isso só ocorrerá se os países em desenvolvimento tiverem maior espaço nesses organismos”, disse Lula.
Em relação à emergência climática, o presidente afirmou que “o enfrentamento da mudança do clima demanda órgãos com autoridade para promover a implementação dos compromissos assumidos”.
“Precisamos legar para as gerações futuras um sistema multilateral renovado, legítimo e eficaz”, concluiu Lula.
Assista o pronunciamento do presidente da República
Amigos e amigas,
Dentro de poucos dias, nos encontraremos em Nova York na Cúpula do Futuro.
Agradeço ao Chanceler Olaf Scholz e ao Presidente Nangolo Mbumba por terem nos conduzido ao longo desse caminho, com Alemanha e Namíbia como facilitadores do Pacto para o Futuro.
Desde a Segunda Guerra Mundial, o multilateralismo rendeu muitos frutos.
É impossível explicar o que se passou nas últimas oito décadas sem aludir ao papel da ONU e das instituições de Bretton Woods.
Ou sem recorrer a conceitos como descolonização, desarmamento, direitos humanos e desenvolvimento sustentável.
No entanto, assim como acontece com qualquer criança que cresce e amadurece, as roupas que vestimos em 1945 já não nos cabem mais.
Há mais de vinte anos temos falado sobre a reforma da governança global.
Estamos correndo em círculos.
Chegou a hora de agir.
O Brasil está dando novo impulso à reforma da governança global na sua presidência do G20.
Mas esse debate também precisa ser travado na ONU, o fórum mais inclusivo de todos.
Gostaríamos que todos fossem à Cúpula do Futuro com a ambição de promover reformas efetivas.
O Conselho de Segurança precisa ampliar sua composição nas duas categorias de membros, permanentes e não permanentes.
O cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável requer que o Banco Mundial e o FMI atendam melhor as necessidades do Sul Global.
Isso só ocorrerá se os países em desenvolvimento tiverem maior espaços nesses organismos.
O enfrentamento da mudança do clima demanda órgãos com autoridade para promover a implementação dos compromissos assumidos.
A Aliança Global contra a Fome, que lançaremos no G20, estará aberta a todos os países da ONU.
Ela nasce da vontade política e do espírito de solidariedade de enfrentar essa chaga que ainda assombra a humanidade.
Precisamos legar para as gerações futuras um sistema multilateral renovado, legítimo e eficaz.
Muito obrigado.