ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Após o governador Mauro Mendes (UB) manifestar sua disposição para receber o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), caso um pedido formal seja feito, via ofício, o prefeito Emanuel Pinheiro protocolou o pedido na tarde dessa última terça-feira (30/04) e agora cabe ao governador decidir se recebe ou não o prefeito.
Durante uma entrevista concedida ao programa Roda Viva, na TV Cultura, na última segunda-feira (29), Mendes destacou que até o momento não foi formalmente notificado sobre o pedido de audiência. “Audiência não se pede com vídeo na internet, se pede com ofício ou com uma ligação para o chefe de gabinete e até onde eu sei, isso não aconteceu”, afirmou o governador. Ele reforçou a necessidade de seriedade no trato dessas questões: “Vamos ser sérios e trabalhar com seriedade, com seriedade eu recebo ele a qualquer momento”.
A declaração vem em resposta a um vídeo recente em que o prefeito da capital mato-grossense solicitou uma audiência para discutir a crise na Saúde municipal.
Terminou sem acordo a audiência de conciliação entre o prefeito de Cuiabá e o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes. Pinheiro pede R$ 40 mil por danos morais, após Mendes compará-lo a ‘ladrão de banco’ de que o gestor entrará no Guinness Book [livro de recordes] por ser ‘recordista mundial’ em operações policiais.
Durante a sessão conciliação na última terça-feira (2), Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro participaram de forma virtual, mas não tiveram interesse em algum tipo de conciliação.
“Realizada a declaração de abertura, e aplicadas as técnicas apropriadas de conciliação, todavia, as partes manifestaram desinteresse na autocomposição do litígio”, diz trecho da ata assinada pelo conciliador Ronaldo Paranha. Agora o governador Mauro Mendes terá o prazo de 5 cinco dias úteis para apresentar defesa ‘sobe pena de serem considerados verdadeiros os fatos noticiados na inicial’. “Posterior a pare Reclamante terá prazo de 5 (cinco) dias úteis para impugnação, sob pena de Preclusão”, completa.
Desde 2019, a relação entre a prefeitura de Cuiabá e o governo estadual tem sido marcada por desentendimentos, o que tem prejudicado o diálogo e a cooperação entre os dois entes.
Durante a entrevista, Mauro Mendes não poupou críticas à gestão de Emanuel Pinheiro, a qual se referiu como ‘a pior da história de Mato Grosso’. Essa troca de farpas entre os dois líderes políticos tem sido uma constante nos últimos anos e tem impactado diretamente no relacionamento entre as administrações municipal e estadual.
Segundo Emanuel Pinheiro, o objetivo da audiência com o chefe Executivo Estadual é discutir a saúde de Cuiabá, mais precisamente a estadualização do HMC e do São Benedito.
“Hoje tem 91 leitos ocupados no São Benedito, desses 45 são do interior do estado. E quem paga essa conta? A população cuiabana. Lembrando a vocês que alta complexidade é obrigação do estado e da União. Cuiabá está carregando a Saúde do Estado nas costas, isso precisa ser debatido sem política eleitoral e sem politicagem e é isso que eu estou me propondo a fazer”, afirmou o prefeito no segundo vídeo publicado nas redes sociais.
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Quem é favorável à estadualização das unidades de saúde da Capital é o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o conselheiro Sérgio Ricardo. Ele vai além e defende a estadualização da Empresa Cuiabana de Saúde Pública. Para o conselheiro do TCE, esta é a única saída para tirar a saúde pública do caos, isso porque, é a Empresa Cuiabana quem administra o HMC e o Hospital São Benedito, que atualmente realizando atendimentos de alta complexidade.