ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller (PP), afirmou que 'não voltará ao Ministério da Agricultura e Pecuária, enquanto o ministro Carlos Fávaro (PSD) estiver à frente atuando no governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Confira o vídeo no final desta matéria.
A declaração foi em resposta ao ministro Carlos Faváro que disse à imprensa que Nery Geller não fez nada de errado" após a conclusão das investigações envolvendo o leilão de 300 mil toneladas de arroz, anulado pelo governo federal após suspeita de irregularidades. Neri Geller foi demitido do cargo pelo ministro Carlos Fávaro, após a divulgação de suspeitas de irregularidade no leilão, pelo fato de uma das empresas vencedoras ser comandada pelo seu ex-assessor parlamentar, que é sócio de seu filho em outra empresa.
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"Já me chamaram. Mais ali para o Ministério da Agricultura não. Não volto em nenhuma hipótese. Com todo respeito, eu quero que o Fávaro, que é mato-grossossense, que eu conheço há 30 anos, faça um bom trabalho. Mas comigo ele não conta mais. No Ministério da Agricultura enquanto estiver sob o comando do ministro Fávaro eu não volto”, disse Geller durante entrevista à rádio Jovem Pan Cuiabá nesta quarta-feira (10).
Nery Geller tinha maior apresso pelo ministro mato-grossense, mas agora virou trairagem. “Não sai atirando em ninguém e o Fávaro não agiu de má-fé, mas ele não agiu correto comigo. Como parceiro dele, como secretário de Política Agrícola, quem tem serviço prestado, quem não se omitiu e chamou a responsabilidade.
Eu falei pro Fávaro: Vamos conversar, eu assumo a responsabilidade. Eu sei que tem imblóglio, vamos conversar. Não tem uma vírgula de erro. Não tem nada de erro, nada de ilegal, se tivesse problema eu mesmo pediria para se afastar. Eu falaria: vou sair vpor 30 dias".
Nery Geller joga a responsabilidade do Leilão para o ministro Carlos Fávaro. "Mas esse leilão não tem vínculo com a secretaria de Política Agrícola. Primeiro foi ele que conduziu o processo, depois o recurso não era nossa [da Agricultura]. Eu apenas dei os dados”, completou.
Geller afirmou ainda que já foi chamado para retornar ao governo federal. Contudo, ele afirmou que neste momento, prefere voltar para casa e cuidar dos seus negócios. Porém, deixou aberta a porta para uma possível volta em outra pasta.
As declarações de Neri Geller deixa evidente o rompimento entre os dois após o episódio do leilão de arroz. Tanto que Geller decidiu não participar das articulações para as eleições municipais no Estado, junto com Fávaro, incluindo o município de Lucas do Rio Verde (354 KM ao norte de Cuiabá), que é domicilio eleitoral de ambos.