ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Abordado por jornalistas nesta terça-feira (17) para comentar a regulamentação das apostas online, as populares "bets", o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que um dos objetivos do Governo Federal é elaborar formas de desestímulo ao vício. Segundo Haddad, há "uma pandemia que está instalada no País". Ele também criticou a falta de iniciativa do governo anterior para regulamentar esse tipo de jogo, que foi legalizado no Brasil em 2018.
"Nós temos que começar a enfrentar essa questão de dependência psicológica dos jogos. Como começamos a regularização, nós vamos iniciar, depois dos quatro anos em que ninguém fez nada, desde 2018, quando foi legalizado o jogo eletrônico no Brasil, porque estamos vendo a necessidade premente de colocar ordem nisso, e de nos associarmos ao Ministério da Saúde, há muitos relatos de problemas de saúde, de dependência, que nos têm chegado - para criar as condições para que a gente possa dar amparo às famílias", disse o ministro.
Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL
Nesta terça, o Ministério da Fazenda publicou portaria que prevê a exclusão, a partir do próximo mês, de plataformas que não solicitarem autorização formal ao Governo para operar no Brasil. Segundo Haddad, essa portaria é uma das etapas da regulação das bets. O ministério criou a Secretaria de Prêmios e Apostas para, segundo Haddad, preparar regras complementares para outras questões, como a interdição de uso de cartão de crédito para fazer apostas e especificar os limites da publicidade das bets. Nessa sequência entrará a dependência. "Vamos salvaguardar as famílias. Vamos pedir apoio da sociedade civil também".
Uma recente pesquisa da consultoria Strategy&, divulgada em agosto, mostra que as 'bets' devem movimentar cerca de R$ 130 bilhões em apostas em 2024 no Brasil. Uma das hipóteses é de que o uso de dinheiro para apostas online tem freado o consumo e mantido as altas taxas de endividamento, apesar dos esforços do Governo Federal por intermédio do programa Desenrola Brasil. A taxa de endividamento das famílias, segundo a Confederação Nacional do Comércio, era superior a 78% em agosto.