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06 de Setembro de 2024, 13h:40 A- A+

Política e Eleições / CHANTAGENS E AMEAÇAS

Ministério Público de Mato Grosso denuncia influencer por extorsão contra advogado

O inquérito policial foi instaurado após Miguel Zaim, a vítima, registrar um boletim de ocorrência relatando que foi alvo de extorsão pelo influencer Cleverson Daleffe

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Na última terça-feira (3), a 9ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá apresentou uma denúncia contra o influencer Cleverson Daleffe, acusado de chantagem e extorsão em um caso envolvendo a venda de terrenos. O inquérito policial foi instaurado após Miguel Zaim, a vítima, registrar um boletim de ocorrência relatando que foi alvo de extorsão pelo influencer. Segundo a denúncia, Cleverson teria exigido vantagens indevidas em troca de não divulgar informações prejudiciais ou criar situações que pudessem manchar a reputação de Zaim. Agora, o caso segue para julgamento com base nas provas colhidas.

Entenda o caso

O conflito teve início em 2015, quando Miguel Zaim vendeu dois terrenos para o irmão de Cleverson Daleffe. Em 2016, o irmão do influencer revendeu os terrenos para uma terceira pessoa, que assumiu a responsabilidade pelos débitos de IPTU. No entanto, em 2020, o irmão de Daleffe informou a Zaim que o novo proprietário não havia cumprido com os pagamentos do IPTU. Zaim sugeriu que a questão fosse resolvida entre o irmão e o novo comprador. A partir desse ponto, o nome de Zaim passou a ser exposto publicamente por Cleverson, que começou a criar situações que resultaram na acusação de chantagem e extorsão.

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Segundo o inquérito do Ministério Público, o advogado Miguel Zaim, vítima no caso, afirmou que não conhecia e nunca teve contato com o influencer Cleverson Daleffe, nem realizou qualquer transação comercial com ele. No entanto, em 15 de março de 2023, Daleffe entrou em contato com Zaim via WhatsApp e o ameaçou, dizendo que realizaria exposições públicas difamatórias sobre ele em sua conta no Instagram, que possui mais de 140 mil seguidores. A ameaça estava condicionada ao pagamento dos valores dos imóveis que haviam sido objeto de disputa, mesmo que Zaim não tivesse envolvimento direto no problema. Essas ameaças culminaram na denúncia de extorsão e chantagem formalizada pelo Ministério Público.

Diante da falta de resposta de Miguel Zaim, o influencer Cleverson Daleffe realizou uma transmissão ao vivo em sua plataforma no Instagram, com o objetivo de constranger a vítima e obter a vantagem econômica indevida. Segundo o inquérito, a transmissão tinha um caráter difamatório, visando pressionar Zaim a realizar o pagamento exigido. Embora um mandado judicial tenha determinado a remoção da transmissão da plataforma, o acusado já havia compartilhado os vídeos em outros canais de comunicação, como YouTube, Facebook e Google, ampliando o alcance das ofensas e complicando ainda mais a situação jurídica.

Nos autos constam ainda que o advogado Miguel Zaim desconhece o motivo para qual ele realizou tal transmissão proferindo ofensas a sua pessoa. E que as chantagens e extorsões foram proferidas por meio de mensagens de texto, em que o influencer Cleverson Daleffe ameaçou Zaim, que é Secretário da Comissão Especial de Direito Condominial da Ordem dos Advogados do Brasil – Conselho Federal, a realizar exposições difamatórias a respeito dele ser “caloteiro e vagabundo” na sua conta do Instagram, para obtenção de vantagem indevida.

Contudo, a vítima não o respondeu, com isso, o acusado a constrangeu publicamente em sua conta para mais de 140 mil seguidores, visando ainda receber

O trecho do inquérito ressalta que, diante das ameaças graves proferidas por Cleverson Daleffe, com o claro intuito de obter vantagem indevida, configura-se o crime de extorsão. O documento afirma que as provas reunidas no processo são robustas e concretas, levando à conclusão de que Daleffe deve ser responsabilizado criminalmente. O crime foi enquadrado no artigo 158, caput, do Código Penal Brasileiro, que trata da extorsão, caracterizada por coagir alguém, mediante violência ou grave ameaça, a entregar vantagem econômica.

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