PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) iniciou nesta segunda-feira (15) e vai até sexta-feira (19), o 'Acampamento da Resistência' na praça do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Cuiabá, com o objetivo de lutar pelo respeito à carreira da educação na rede estadual e pela valorização profissional dos educadores. O movimento busca chamar a atenção do governo e da sociedade para as demandas e reivindicações da categoria, que incluem melhores condições de trabalho, salários dignos, e o cumprimento de direitos estabelecidos.
Os trabalhadores da educação da rede estadual de Mato Grosso estão se mobilizando durante o recesso escolar para manifestar sua indignação através do Acampamento da Resistência. Com o tema "Mato Grosso Cresce e os/as Educadores/as Empobrecem! Assim Não Dá!", essa ação busca destacar as dificuldades enfrentadas pelos educadores diante do crescimento econômico do estado que não se reflete em melhorias salariais e condições de trabalho para a categoria.
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Reivindicações
As pautas levadas a público pelo Sintep-MT refletem a frustração e a indignação dos trabalhadores da educação com a falta de resposta do governo de Mato Grosso aos ofícios enviados pelo sindicato. Entre as principais reivindicações estão:
- Concurso Público: Exigência de realização de concurso público para suprir a carência de pessoal na educação estadual, garantindo a qualidade do ensino e a estabilidade dos profissionais.
- Valorização Salarial: Solicitação de um aumento salarial que contemple um ganho real de 9,16%, visando corrigir perdas salariais e melhorar as condições financeiras dos educadores.
- Contra o Confisco das Aposentadorias e Pensões: Oposição às medidas que possam reduzir os direitos previdenciários dos trabalhadores da educação, lutando pela manutenção e respeito às suas aposentadorias e pensões.
O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, destacou na mesa de abertura do acampamento a importância crítica da mobilização. Ele fez uma reflexão contundente sobre a realidade de Mato Grosso, um estado que, apesar de sua riqueza e crescimento econômico, não prioriza no orçamento o direito dos servidores públicos e a valorização dos serviços públicos em geral.
Pereira ressaltou os desafios enfrentados pela população pobre do estado, os altos índices de violência, o desrespeito ao meio ambiente e outras questões sociais e ambientais urgentes. Sua pergunta provocativa, "Um estado rico, mas rico para quem?".
A vice-presidente licenciada do Sintep-MT, Leliane Borges, reforçou aos presentes no ato a importância da participação, “são aqueles que não aceitam a retirada de direitos. Vamos fazer o enfrentamento ao desgoverno, nossa luta é coletiva, professores e funcionários, apesar de quererem nos dividir”, ressaltou Leliane Borges.
O presidente da CUT-MT, Henrique Lopes, tratou sobre a Resistência, chamada pelo acampamento. Um termo significativo para as lutas do Sintep-MT, afirmando que os trabalhadores da educação, mesmo diante dos ataques, se mantêm resilientes.
“Estamos fazendo a resistência ao processo de municipalização da educação no estado, contra a militarização das escolas e à gestão democrática, pelo confisco das aposentadorias, contra o fim da jornada única, aos ataques à carreira e pela valorização profissional, dizendo não à meritocracia e a divisão da carreira. Nunca foi fácil, são 60 anos de resistência e resiliência”, citou.
A mesa de abertura contou com a presença do vereador por Cuiabá, professor Robinson Ciréia, representantes sindicais das regionais do Sintep-MT no estado, e a participação com manifestação de estudante e representante dos trabalhadores terceirizados nas escolas estaduais, que trataram sobre os desafios postos diante da política de precarização e desmonte da educação na rede estadual.